A Entain Plc enfrenta um processo que visa compensar investidores institucionais atingidos pela multa de £ 585 milhões imposta à empresa FTSE100 em relação a uma investigação de suborno em antigo negócio turco pela autoridade fiscal do Reino Unido HM Revenue & Customs (HMRC).
Andrew Hill e Matthew Reach, equipe de litígio do escritório londrino de advocacia Fox Williams, estão preparando o processo contra a Entain “em nome de investidores institucionais, com vistas ao outono de 2024”.
A Fox Williams lançou um período de reclamação, acusando a Entain de não cumprir com os seus deveres regulamentares de denunciar acusações de suborno e de corrupção relacionadas à Headlong Limited, subsidiária turca da marca.
Sobre o processo contra a Entain
Os documentos do processo alegam que os acionistas da Entain têm direito a compensação por falta de transparência, uma vez que a Entain violou a seção 7 da Lei de Suborno do Reino Unido de 2010. A seção afirma que “uma empresa pode cometer um delito nos termos da seção 7 de não prevenir o suborno se um funcionário, uma subsidiária, um agente ou um prestador de serviços (pessoas associadas) suborna outra pessoa em qualquer lugar do mundo para obter ou reter negócios ou vantagem comercial”.
Andrew Hill, que lidera o processo, disse: “Esta reivindicação permitirá que os investidores institucionais recuperem perdas substanciais e, mais importante, melhorem a transparência e a governança no setor de jogos do Reino Unido. As empresas públicas devem levar a sério as suas obrigações de divulgação. Esperamos que isso melhore o comportamento corporativo, já que os acionistas não tolerarão má conduta”.
Os assuntos da Headlong, antiga subsidiária da GVC Holdings, mais uma vez assombraram a Entain. Em dezembro de 2023, a Entain concordou com um “acordo definitivo” por meio de um Acordo de Acusação Diferida (DPA) com o Serviço de Procuradoria da Coroa (CPS).
A Entain pagará £ 600 milhões como parte do acordo, incluindo uma multa financeira de £ 585 milhões da DPA, restituição de lucros, uma doação de caridade de £ 20 milhões e uma contribuição de £ 10 milhões para custos de HMRC e de CPS.
A Entain será obrigada a pagar o acordo de £ 600 milhões em parcelas ao longo de um período de quatro anos a partir de 2024. Ainda assim, como registrado nas contas de 2023, o acordo da DPA testemunhou a Entain declarar perdas corporativas de mais de £ 900 milhões.
As acusações contra a Entain
A governança corporativa da Entain declarou que as acusações de suborno diziam respeito exclusivamente à antiga equipe de gestão, quando o negócio operava sob a GVC Holdings.
A subsidiária Headlong Limited foi vendida à Ropsol Malta em 2017, o que representou um acordo necessário para que a GVC Holdings adquirisse a Ladbrokes-Coral por £ 4 mil milhões e, depois, transformasse o negócio na Entain Plc.
Após um desafio legal de seis anos, a Entain comprometeu-se em gerar “100% das receitas dos mercados regulamentados ou regulamentados até 2023”. No entanto, as consequências contínuas das acusações de suborno fizeram com que o preço das ações da Entain na LSE caísse pela metade, para 680 GPX até agora.
O presidente cessante Barry Gibson, que liderou as negociações com o CPS, disse que o negócio da FTSE encerrou um capítulo em suas operações anteriores: “A Entain mudou fundamental e profundamente. Agora, podemos nos concentrar no futuro”.
A Fox Williams liderou diversos processos de investidores de alto nível contra empresas FTSE Plc, incluindo Tesco, Glencore e BooHoo, relacionados à transparência e a falhas de governança.
A Entain cita que não pode comentar uma ação judicial que ainda não foi movida contra a empresa e desconhece quaisquer desenvolvimentos.
Atualmente, a empresa continua à procura de um novo CEO para liderar a recuperação financeira, tendo concluído recentemente uma revisão estratégica pelo Comitê de Alocação de Capital (CAC).A revisão priorizou o crescimento na América do Norte, impulsionado pelo lucro significativo da joint venture BetMGM. Outras diretivas centram-se na entrega do Projecto Romer como uma prioridade técnica fundamental, que objetiva obter poupanças de custos por meio da simplificação operacional da estrutura operacional global da FTSE.
