Após divulgação de pesquisa feita pela Opinion Box, conforme solicitado pelo site Aposta Legal Brasil, descobriu-se que mais da metade dos entrevistados (67%) não seguem e não confiam em influenciadores digitais que recomendam casas de apostas. O estudo foi realizado com 516 apostadores brasileiros.
“A regulamentação pode trazer uma melhor visão sobre as apostas esportivas aos apostadores por meio da promoção do jogo responsável”, diz o relatório.
No Brasil, o mercado ainda não foi regulamentado – a votação, que era para acontecer hoje, 6, à tarde, pode ser adiada para a próxima semana devido à solicitação que Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal, fará durante a sessão.
Entre diversos escândalos envolvendo a indústria, o ‘Jogo do Tigre’ – caça-níquel Fortune Tiger, da PG Soft, é o foco principal nos últimos dias, tendo em vista a publicidade enganosa realizada por diversos influenciadores nas redes sociais.
Enquanto 67% dizem não seguir influenciadores do nicho, 21% afirmam confiar nas indicações. No entanto, metade daqueles que afirmam apostar alegam escolher a plataforma conforme a orientação dos influenciadores.
Filipe Senna, sócio do Jantalia Advogados e mestre em Direito de Jogos com enfoque em jogos de fortuna on-line, comenta que “falta a eles [influenciadores] e a algumas campanhas de marketing específicas a adoção de políticas de jogo responsável e a definição clara da relação entre o jogador e a plataforma, além da vedação à divulgação do jogo como uma forma de lucratividade e de ganho de capital”.
Ainda, acrescentou: “Daí a necessidade de uma campanha mais assertiva por políticas de jogo responsável, em que se define claramente ao público que essas modalidades são uma forma de entretenimento, e não de lucratividade para o jogador”.
O advogado acredita que a falta de credibilidade que atinge os influenciadores pode ser superada a partir de regras específicas de publicidade e de jogo responsável. Argumentou, também, que a percepção do público melhorará por meio dessas regras, as quais devem ser claras e rígidas, a partir da regulamentação do setor.
O especialista comenta que a contradição de dados observada na pesquisa é resultado da base fiel que os influenciadores conquistam com outras campanhas de marketing de produtos variados.
“Vale lembrar que a publicidade envolvendo influenciadores e apostas também deve ser regulamentada a partir dos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional. É interessante que operadores de apostas se utilizem mais de mecanismos de autorregulação aos elementos normativos não só brasileiros, mas internacionais também, em relação a essas campanhas de publicidade para melhorar a percepção do público e aumentar o sucesso do setor no país”, concluiu o especialista.