Ministério do Turismo solicitará ao Congresso percentual de impostos sobre apostas esportivas

Ministério do Turismo

Durante uma reunião da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Celso Sabino, ministro do Turismo, revelou que negociará com representantes do Congresso Nacional a obtenção de um percentual dos impostos sobre a indústria das apostas esportivas.

Segundo Sabino, o imposto para operadores, de 18% do GGR, é baixo, principalmente em comparação a outros países: ”No mundo todo, esse setor é tributado com alíquota bem maior, de 40%, 50%”.

O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), cotado para relatar a tributação na Câmara dos Deputados, afirmou: “É coerente prever recursos para o turismo […]. O valor não pode ser nem inferior nem superior ao do Esporte”.

Sabino declarou que o Ministério pretende trabalhar junto ao Congresso para sensibilizar os parlamentares. “No projeto, o governo não prevê destinação ao Turismo. Nós estamos buscando inovar, apresentando alternativas para que seja incluída também uma arrecadação à pasta», pontuou Sabino.

O Ministério de Sabino já enviou proposta de alteração nas alíquotas da Medida Provisória (MP) que regulamentou as apostas esportivas em todo o país. Hoje, o documento estabelece que o valor arrecadado com os impostos, após as devidas deduções, deve ser distribuído para a seguridade social (10%), para as entidades do Sistema Nacional do Esporte e para os atletas brasileiros vinculados a organizações de prática esportiva no país (1,63%), para a cobertura de despesas de custeio e de manutenção de operadores (82%) e para o Ministério do Esporte (3%).

O texto da MP ainda contempla outras áreas do setor, como jogo responsável, publicidade e proibição da participação de atletas profissionais, árbitros, dirigentes de clubes e menores de 18 anos.

Retomada de cassinos é pauta prioritária para Ministério do Turismo

Ontem, quarta-feira, Sabino esteve presente na Câmara dos Deputados para falar sobre o retorno das operações de cassinos no Brasil, potencialmente uma das fortes tendências na sua gestão, a fim de incentivar o turismo e a economia nacionais.

Filipe Senna, sócio do Jantalia Advogados e mestre em Direito de Jogos, disse: “Após a aprovação pela Câmara dos Deputados do Projeto de Lei (PL) 442/91, em fevereiro de 2022, esse projeto foi encaminhado ao Senado para retomar e finalizar o debate sobre a regulação dos cassinos e de outros jogos no Brasil”.

Explicou, ainda, que a tendência é que o Ministério do Turismo, com os debates sobre o tema, forneça mais elementos para que o Senado Federal trate do assunto e elenque uma eventual aprovação do PL, que pode gerar, aproximadamente, 650 mil vagas formais e uma arrecadação de cerca de R$ 20 bilhões anuais.

“Além do aumento de arrecadação e do aumento de emprego, os cassinos podem ser utilizados como uma forma de desenvolvimento de áreas sem alternativas econômicas. Locais em que não é possível desenvolver outros negócios, há a disponibilização e a instalação de um complexo integrado de lazer naquele local em que se pode gerar benefícios e frutos econômicos para aquela população sem alternativas econômicas”, declarou Senna.