Brasil: oportunidades e limites dos patrocínios esportivos no mercado local

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Com diversas propostas regulatórias em cima da mesa e uma população de mais de 214 milhões de pessoas, o Brasil tornou-se nos últimos anos o mercado de jogos e de apostas esportivas com maior potencial para a indústria mundial.

Diante dessa situação, operadores de todo o planeta têm apostado em se destacar entre os atuais e futuros players do país – e uma das formas mais diretas de fazer isso é por meio de patrocínios esportivos.

Só no futebol, 39 dos 40 times das duas primeiras categorias do Brasileirão já possuem algum tipo de vínculo com alguma empresa do setor. Por isso, o SBC News analisou a conjuntura atual junto a George Harborne, diretor de Patrocínios da SBC.

Um fator importante para contextualizar a situação é que não se trata de um mercado novo — ainda que não esteja regulamentado. Assim como o resto da América Latina, o Brasil já era um mercado de apostas antes das novas propostas legislativas: a população sabe do que se trata  – e aposta on-line há muito tempo.

É justamente por isso que algumas empresas internacionais haviam fechado parcerias em anos anteriores. Se antes um operador internacional podia assinar um acordo por um determinado valor, o número crescente de empresas (principalmente locais) que entraram na competição elevou o custo dos patrocínios. Assim, com preços cinco ou dez vezes maiores do que antes, muitos optaram por parar de perseguir essas oportunidades.

Isso significa que é tarde para investir em patrocínios esportivos no Brasil? Com certeza, não.

Harborne explica que ainda há muitas oportunidades no mercado local para que os operadores de jogos on-line e de apostas esportivas tornem-se patrocinadores do esporte brasileiro. De qualquer forma, é aí que as empresas locais estão levando vantagem, pois conhecem os interesses da população e sabem quais mercados alternativos atingir para ganhar exposição.

É muito importante, portanto, realizar um estudo sobre onde um operador pode investir em patrocínio para entender o valor que o estabelecimento de vínculos com outros esportes como vôlei, basquete ou até rodeio pode trazer para sua marca.

A maioria das empresas continua focada no futebol, apesar dos altos custos para acertar um contrato de patrocínio atulamente. Iso deve-se, em parte, ao receio de que, por não ser uma das marcas presentes no principal esporte do país, os utilizadores possam pensar que possui menos valor.

O diretor de Patrocínios da SBC explica que não espera que essa febre de parcerias continue por muito tempo. Ele analisa que, uma vez regulamentado o setor, começaremos a ver uma consolidação do mercado e, diante das diversas restrições e dos tributos que podem ser estabelecidos, o número de acordos diminuirá – mais cedo ou mais tarde.

George Harborne trabalha com marcas de todo o mundo que procuram a SBC para encontrar oportunidades de patrocínio no Brasil, apesar da grande dificuldade que o país apresenta no momento. Apesar disso, ele explica que existem alternativas para atingir o público em todo o Brasil, mas é preciso ser estratégico na escolha de cada uma.

Em território nacional — a menos que você tenha um grande orçamento para ir direto ao seu objetivo —, uma possibilidade é chegar a um valor e descobrir onde investir e devolver o valor esperado para a marca. Além disso, se a prioridade é atingir o mercado local por meio do futebol, não devem ser descartados acordos com times da região que possam atingir o público local, seja pela popularidade em seus países, seja porque competem internacionalmente com times do Brasil.