Rick Parry, EFL: “não há ligação direta entre patrocínio de apostas e danos de jogo”

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O presidente da EFL, Rick Parry, defendeu o direito do futebol de se beneficiar de patrocínios de apostas responsáveis. Disse, ainda, que não há “respostas mágicas” para erradicar os problemas de dependência entre os jogadores.

A relação do esporte com jogos de azar voltou a estar em destaque depois de uma suspensão de 10 meses ter sido imposta ao meio-campista do Newcastle, Sandro Tonali, pela Federação Italiana de Futebol no final do mês passado. 

O jogador, que sofre de ludopatia (vício em jogos), conforme informado por seu agente, também está sendo investigado pela Associação de Futebol Inglesa por possíveis violações às regras de apostas do país.

A campanha ‘The Big Step’, parte da instituição de caridade Gambling With Lives, disse que o jogador merecia “empatia e suporte” em vez de uma sanção pesada. 

Ainda, acrescentou: “Enviar alguém compulsivo para este ambiente é como enviar um alcoólatra para trabalhar em um bar. Se você forçar os jovens jogadores de futebol a apoiar produtos viciantes, não se surpreenda se eles os usarem”, concluiu. 

Parry, cuja organização assinou, em junho, um acordo com a Sky Bet como patrocinadora máster até 2029, disse à agência de notícias PA que as empresas de apostas ganharam “bilhões” de libras com o esporte desde a introdução da Lei de Jogos em 2005.  

“É justo que haja uma forma de canalizar parte dessa receita para o esporte, sendo necessário permitir que o esporte negocie acordos de marketing para obter uma parte desse dinheiro”, comentou o presidente da EFL.

Parry afirmou, ainda, que, por meio de pesquisas, não observou nenhuma evidência de que o patrocínio leva a um aumento nos danos causados pelo jogo. 

“Ninguém quer causar danos a jogos de azar, ninguém quer que os jogadores se tornem viciados – ou mesmo aqueles que não são jogadores. Mas são duas questões diferentes que tendem a se confundir em termos do que estamos fazendo com os jogadores e com os não jogadores”, disse Parry. 

Desde 2018, o financiamento da Sky Bet tem apoiado o programa EPIC Risk Awareness, que fornece educação aos jogadores e aos funcionários dos 72 clubes da EFL. O programa atingiu 2.200 jogadores e funcionários nos últimos dois anos. 

Além disso, a Flutter, empresa-mãe da Sky Bet, investirá £ 20 milhões em pesquisa, educação e tratamento neste ano. 

“Comportar-se de forma responsável é extremamente importante. Educar jogadores é algo que temos feito pelo menos nos últimos cinco anos e continuaremos a fazer. Isso, francamente, nunca vai impedir as pessoas de quererem jogar”, afirmou Parry.

Parry também comentou que a proibição não funciona e que é preciso fazer todo o possível para minimizar danos. O presidente afirmou que é um problema que continuará a existir e não pode ser apenas ignorado: “É preciso enfrentá-lo adequadamente”.