Apresentada por Jorge Kajuru (PSB-GO) e endossada pelo presidente Lula (PT), a proposta de proibição de apostas esportivas em cartões, pênaltis, escanteios (e qualquer outro tipo de microaposta) ganhou força entre os senadores da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas.
As casas de apostas esportivas oferecem, além das conhecidas apostas em resultados, diversos outros tipos de apostas. O mercado secundário, como é conhecido, oferece a possibilidade de apostar em eventos, como: gols, cartões, finalizações, escanteios e muito mais.
Kajuru sugeriu a criação de um decreto proibindo apostas no mercado secundário, o que Lula, em conversa com o senador, afirmou achar uma boa ideia.
O senador Romário (PL-RJ), relator da comissão parlamentar de inquérito, também demonstrou seu apoio à medida. Tendo como base sua experiência como atleta de alto nível, ele afirmou que “é muito mais fácil” manipular um evento isolado, já que isso depende apenas de um atleta e não do time inteiro.
Especialistas, no entanto, discordam da medida. André Gelfi, presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), acredita que a proibição de apostas no mercado secundário só abrirá espaço para atuação do mercado ilegal: “Quando você impede que, no mercado regulado, essa modalidade esteja disponível, o manipulador vai para o mercado paralelo. Em outras palavras, no momento em que você desliga as modalidades específicas que a gente está comentando aqui [cartão, escanteio], você está empurrando essa dinâmica de manipulação para a informalidade.”
Apesar do apoio de nomes importantes do governo e do presidente Lula, ainda não há nenhuma definição sobre o assunto.
