Reino Unido quer se tornar referência em esportes femininos com patrocínio de operadoras

Reino Unido quer se tornar referência em esportes femininos

O governo do Reino Unido estabeleceu a meta de tornar o país o “principal destino” para esportes femininos por meio de um novo projeto que incentiva investimentos no setor, incluindo patrocínios de operadoras.

Coordenado pelo Departamento de Negócios e Comércio (DBT), o “Acelerador de Investimento em Esportes Femininos 2024/25” visa atrair investimentos privados para o esporte feminino no Reino Unido, priorizando o desenvolvimento, o crescimento comercial e a sustentabilidade financeira.

A atração de patrocinadores para esportes femininos é outra área de interesse. Nos últimos anos, o futebol feminino no Reino Unido tem se beneficiado dessa tendência, com aumento de público e de audiência.

Poppy Gustafsson, ministra de Investimentos no DBT, anunciou que o projeto facilitará a coordenação entre investidores, especialistas da indústria e 20 ligas de esportes femininos de elite, incluindo a Women’s Super League (WSL) e o time feminino de críquete da Inglaterra.

Essas reuniões incluirão insights de mercado, seminários, conexões e oportunidades de networking. O DBT liderará os encontros juntamente com a Deloitte, uma rede de serviços profissionais.

“O Reino Unido já é um lar de elite para o esporte feminino, e minha meta é nos tornar o principal destino para investimentos em esportes femininos”, comentou Gustafsson. “O lançamento deste acelerador, uma semana após nosso recorde no Cume Internacional de Investimento, mostra que o Reino Unido é realmente o melhor lugar para fazer negócios nesse setor em rápido crescimento.”

“Com base nos últimos números que mostram que a indústria pode valer mais de £1 bilhão neste ano, estou ansiosa para falar com investidores, clubes, ligas e equipes hoje sobre como o Acelerador pode impulsionar ainda mais esse crescimento”, finalizou.

Como mencionado por Gustafsson, o valor dos esportes femininos no Reino Unido aumentou significativamente nos últimos anos, com uma estimativa de valor superior a £1 bilhão neste ano, segundo dados da Deloitte. Grande parte desse valor foi impulsionada pelo futebol feminino.

A WSL, a principal liga de futebol feminino na Inglaterra, tem registrado aumentos consideráveis de público e audiência. A liga ganhou visibilidade por meio de transmissões em streaming na BBC, Sky Sports e YouTube, e, no início deste ano, assegurou um contrato de patrocínio de £45 milhões com o banco Barclays.

Isso, por sua vez, impulsionou a receita da liga, que aumentou 50% em 2022/23, para £48 milhões, em comparação com os £32 milhões registrados em 2021/22. O desempenho da seleção feminina da Inglaterra, que venceu a Euro 2021 e participou das últimas duas finais da Copa do Mundo, contribuiu significativamente para o aumento da audiência do futebol feminino.

O crescimento, no entanto, não se limita ao futebol. O netball garantiu uma grande renovação de direitos com a Sky Sports e a BBC, e o esporte atraiu o interesse de outros stakeholders, como o clube de futebol Nottingham Forest e o grupo de jogos Flutter Entertainment.

Os planos de investimento do DBT abrangem uma variedade de esportes, incluindo futebol, críquete e rugby. O departamento está confiante de que o novo esquema se baseará em um piloto bem-sucedido em 2023/24, além da contribuição feita pelo Lionesses Future Fund de £30 milhões e um investimento de £12 milhões para apoiar o rugby feminino.

Stephanie Peacock, ministra de Esportes do Reino Unido, disse: “O esporte feminino tem crescido rapidamente nos últimos anos e estamos comprometidos em apoiar sua expansão, desde a base até o nível de elite”.

“Como ministra dos Esportes, quero ver o máximo possível de mulheres e meninas aproveitando o esporte e a atividade física, e esse projeto será fundamental para garantir o investimento necessário para expandir ainda mais o setor”, completou.

Patrocínios em esportes femininos no Brasil

No Brasil, o movimento de patrocínio nos esportes femininos tem se ampliado. Grandes times já adotaram o patrocínio de operadoras, como o Palmeiras, com a Esportes da Sorte, e o Fluminense, com a Superbet, que têm patrocinadores máster nos times femininos de futebol e vôlei.

Durante o SBC Summit Latinoamérica 2024, Tatiana Calderón, piloto da Formula Indy pela Gradient Racing, e Lina Silva, CEO da Wandr Studio, relembraram que investimentos em categorias femininas não são sobre “caridade”, e sim sobre aproveitar um mercado novo e com grande potencial de crescimento para gerar atletas capazes de vencer o primeiro lugar, e não apenas participar das disputas.