Ronaldo sobre manipulação de resultados: “a regulamentação do setor dificultaria a ação de fraudadores”

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Ronaldo Názario, ex-jogador e sócio majoritário da SAF do Cruzeiro, posicionou-se em suas redes sociais sobre os casos de manipulação de resultados que vieram à tona após a operação “Penalidade Máxima”, comendada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), ser iniciada.

No dia 13 de maio, o atleta, em sua conta oficial no Twitter, lamentou a situação e foi categórico ao afirmar que é necessário regulamentar a indústria de apostas no país.

“Encara-se hoje a necessidade de regulamentação do setor que, além de alavancar mercado bilionário, dificultaria muito a ação de fraudadores – protegendo as casas de apostas, o consumidor […] e a dignidade do esporte”, declarou.

Ronaldo é embaixador do operador de apostas Betfair no Brasil e mostrou-se satisfeito com o encaminhamento das investigações realizadas pelo MP-GO: “É um alívio ver uma operação séria como esta se desdobrar na rápida ação dos clubes em apoio às autoridades competentes para afastar quem deve ser afastado […]. O jogo limpo, ético, sem manipulação e com total respeito ao que temos de mais valioso: a torcida”.

O tweet do empresário foi visto por aproximadamente 700 mil contas e possui quase 500 compartilhamentos e mais de 8.400 likes. Em suas palavras finais, Ronaldo conclui que o cenário atual é uma “oportunidade de amadurecimento para toda a cadeia produtiva do nosso futebol e traz importantes reflexões sobre o mercado de apostas esportivas no país”.

Leia o desabafo do ex-jogador na íntegra:

Eu não poderia deixar de me posicionar após as últimas notícias lamentáveis sobre o envolvimento de atletas em esquemas de manipulação de lances e resultados.

Como ex-jogador, acionista de dois clubes e entusiasta do futebol, é claro que me entristece muito ver a história do esporte ser manchada dessa forma; as atividades fraudulentas de alguns descredibilizando os muitos outros sem qualquer envolvimento; a falta de ética, princípios, integridade e, sobretudo, de respeito ao torcedor por parte dos envolvidos sujando a imagem do futebol como um todo.

Esporte esse que mudou a minha vida (e muda a de tanta gente); que é o sonho da garotada que idolatra quem tá “lá no alto”; que tem tanto jogador honrando o lugar que chegou, o espaço que ocupa e o seu poder de influência.

Por outro lado, é um alívio ver uma operação séria como essa se desdobrar na rápida ação dos clubes em apoio às autoridades competentes para afastar quem deve ser afastado, investigar o que deve ser investigado e punir quem deve ser punido, em prol do verdadeiro futebol, maior que tudo isso. O jogo limpo, ético, sem manipulação e com total respeito ao que temos de mais valioso: a torcida.

Como empresário, não posso também deixar de frisar que o negócio de apostas é uma atividade legalizada cuja indústria, tal qual o esporte, é vítima – e não culpada – pelos crimes de terceiros que integram esses esquemas. As casas de apostas sofrem, inclusive, grandes prejuízos com as manipulações.

O cenário atual, portanto, apesar de bastante infeliz, é uma oportunidade de amadurecimento para toda a cadeia produtiva do nosso futebol e traz importantes reflexões sobre o mercado de apostas esportivas no país.

Escancara-se hoje a necessidade de regulamentação do setor que, além de alavancar mercado bilionário, dificultaria muito a ação de fraudadores – protegendo as casas de apostas, o consumidor (que é o apostador comum) e a dignidade do esporte, violentada pelos esquemas de manipulação.