O Vasco da Gama é um dos times mais queridos do Brasil, principalmente pela fidelidade diferenciada da torcida. Além do sucesso que distingue o futebol, em que só importam os resultados e as taças, os fãs do Vasco demonstram consistência ao ser uma das maiores torcidas brasileiras, o que confere uma identidade única ao time do Rio de Janeiro.
Além disso, nos últimos anos, o clube tem dirigido o caminho da liderança na digitalização e na inovação tecnológica, entrando em novas experiências de web3 e em acordos de patrocínio, como os que mantêm com a operadora local EstrelaBet e com a operadora internacional Betfair.
O SBC Noticias conversou com João Pedro Dobes, gerente comercial do Vasco da Gama, para saber mais sobre as estratégias do clube no cenário dinâmico brasileiro, agora que a regulamentação de apostas esportivas e de jogos on-line está se solidificando.
Vasco da Gama, líder na inovação
Um dos diferenciais do histórico clube, criado em 1898, foi a luta pela inclusão social. Desde a década de 1920, o Vasco deixa sua marca distintiva, desafiando as concepções racistas tradicionais ao integrar jogadores negros e de classe baixa ao time.
O espírito revolucionário do Vasco mantém-se até os dias atuais e se permitiu testar tecnologias e cenários pouco explorados pelo esporte. Isso fez com que gerasse um relacionamento sólido com os torcedores, que demonstram o mesmo comprometimento e a mesma lealdade ao clube.
Como lembrou Dobes na conversa, “foi com a ajuda da própria torcida que o estádio de São Januário foi criado”, em 1927, tornando-se um centro histórico tanto para o clube quanto para a Seleção Brasileira.
“Trazendo para os dias de hoje, em que o acesso à informação é o mais simples possível, o Vasco busca continuar sendo inovador como foi em seu início”, destacou o gerente comercial. Ainda, indicou que o clube “aspira ser líder na indústria, buscando novas soluções para seus fãs e para o esporte como um todo”.
Algumas das estratégias da digitalização, que “consolidaram o compromisso do clube com a inclusão”, podem variar – desde a ativação imediata da marca do patrocinador à implementação de um novo sistema de validação de bilhetes para melhorar a experiência dos torcedores.
O Vasco também apoia o processo regulatório das apostas esportivas, pois observou que somente com a participação de todos os envolvidos poderá ser criado um marco que proteja os atletas, os clubes, os torcedores e os operadores, além do Estado.
“Os clubes de futebol são diretamente afetados pela regulamentação das apostas; por isso, é fundamental que façamos parte dos debates”, declarou, acrescentando que “a regulamentação ajudará a desenvolver a indústria das apostas esportivas como um todo, abrindo as portas do Brasil para ainda mais empresas e oportunidades”.
Dobes disse que as novas parcerias com esse mundo baseiam-se em estabelecer os clubes como “plataformas de marketing e de conversão”, razão pela qual é fundamental que “a regulação proporcione não apenas segurança jurídica, mas também oportunidades para novos operadores entrarem no país e investirem por meio desses clubes de futebol, o que significa que os clubes poderiam aproveitar os novos investimentos para gerar mais receitas de patrocínio e ativar totalmente as marcas.”
Os patrocínios no futebol
Como explicou Dobes, os patrocínios, como o com a EstrelaBet, têm sido muito benéficos para “diferenciar as receitas do clube e fortalecê-lo como marca, conectando o torcedor à marca patrocinadora e criando vínculos mais fortes entre a marca e o cliente”.
Detalhou, também, que “o clube gera valor para o cliente da marca por meio de experiências que o dinheiro não pode comprar, como a parceria da marca patrocinadora ao Vasco, que é uma instituição centenária e vitoriosa, como a comunicação com a extensa base de dados do Vasco e como o conhecimento gerado pela exposição em mídias on-line e off-line.”
No entanto, dentro das estratégias do Vasco na hora de escolher seu patrocinador, gerar renda não é a prioridade, mas sim cuidar da identidade do clube como marca internacional.
Atualmente, o clube foi adquirido pelo Grupo 777, proprietário de vários clubes, que passou pelo desafio de se reestruturar “e, mais uma vez, ser competitivo dentro e fora de campo”. Por consequência, Grupo 777 tornou-se responsável por dirigir os vínculos comerciais do Vasco.
Ainda assim, já foram observados vários benefícios desse acordo, uma vez que o primeiro ano sob a nova gestão bateu um recorde de receitas, aumentando os lucros em 40% em relação ao ano anterior.
“O aumento do valor investido pelas plataformas de apostas esportivas é um dos fatores-chave do aumento significativo das receitas dos clubes em tão pouco tempo”, ressaltou o representante do Vasco.
O compromisso do Vasco com a torcida
Além do comercial, o clube continua a cuidar da base fundamental de sua identidade: a lealdade aos fãs. Seguindo essa linha, o essencial para o clube é transmitir uma mensagem de jogo responsável, considerando que em “um país como o Brasil, onde uma parte considerável da população sofre com a falta de educação financeira, a educação sobre a indústria é uma questão-chave”, afirmou Dobes.
“É importante que tanto o Vasco quanto os operadores de apostas esportivas se comuniquem de forma consciente, informando o público em geral sobre os riscos e cuidando para não dar a impressão de que as apostas esportivas são uma alternativa de investimento, quando, na realidade, deveriam ser apenas um momento de lazer, uma forma de entretenimento”, refletiu.
Dentro dos eixos de trabalho, Dobes disse que o Vasco foca na prevenção da manipulação de resultados, junto a uma sólida política interna sobre jogo responsável: “Nosso departamento de Compliance trabalha muito para educar os funcionários e os jogadores sobre o impacto de tais atos e as consequências que trazem, conversando com todos os envolvidos pelo menos uma vez por ano”.
O setor comercial, responsável pela gestão de todos os contratos de patrocínio, “trabalha diariamente com a operadora de apostas esportivas patrocinadora e com as áreas do Vasco responsáveis pela curadoria, pelo conteúdo e pela comunicação que se criam para os torcedores vascaínos”.
Por outro lado, o clube considera fundamental envolver os jogadores em atividades relacionadas ao comportamento responsável na indústria de jogos. Dobes disse: “Os jogadores de futebol são modelos a serem seguidos para grande parte dos torcedores de futebol, especialmente para as crianças. Esses jogadores devem estar muito conscientes de seu impacto na sociedade em relação às suas campanhas de marketing, do que se diz fora do campo e a quem associam suas marcas pessoais.”
Sob essa premissa, o clube tem participado ativamente de ambientes de promoção do jogo responsável e de instâncias educativas sobre a manipulação de resultados, como fizeram no SBC Summit Rio.
Para Dobes, esses cenários são fundamentais quando se trata de “aumentar a conscientização sobre o jogo responsável, de educar a comunidade do futebol sobre as últimas atualizações regulatórias, de fornecer informações sobre a responsabilidade corporativa na indústria de jogos on-line e de onde cada um desses jogadores se enquadra”.
E ressaltou: “A presença do Vasco no SBC Summit Rio foi muito benéfica para o clube. Tive a oportunidade de conhecer muitos operadores e de estabelecer contatos com algumas das principais partes interessadas da indústria esportiva”.
A partir desses esforços conjuntos, o Vasco da Gama pretende reescrever a história do futebol brasileiro, que “tem sofrido com a falta de profissionalismo e com as más decisões de gestão, que impactam o desempenho competitivo da maioria das equipes”.
“Agora, vivemos uma época em que os clubes contratam treinadores que se prepararam ao longo da carreira para gerirem adequadamente as diferentes áreas dos clubes de futebol. O processo de profissionalização leva um tempo, mas é possível perceber que essa nova abordagem na gestão de clubes de futebol começa a dar frutos. Espero que todos os clubes de futebol continuem melhorando como negócio para que possamos criar um cenário futebolístico mais forte no Brasil”, concluiu Dobes.
