Abelson Odds: capitalizando o fanatismo incomparável do futebol brasileiro

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Apesar de obter grande sucesso devido a diversos clientes em toda a Europa, a Abelson Odds pretende estender seu alcance à região brasileira, conhecida mundialmente por seu intenso fanatismo por futebol. Isso é o que informou Jeevan Jeyaratnam, diretor de Operações da empresa, no SBC Summit Rio deste ano.

Durante a conversa, tendo como pano de fundo o melhor que a cidade do Rio de Janeiro tem a oferecer, Jeyaratnam destacou o interesse da empresa em se tornar uma líder local.

Com a praia de areia branca de um lado e as exuberantes paisagens montanhosas de outro, foi o futebol que dominou a conversa, uma vez que um telão próximo mostrava, convenientemente, o Flamengo contra o Aucas em uma partida da Copa Libertadores.

Abelson Odds, aproveitando conquistas passadas

“Percebemos que é necessário, ou idealmente necessário, fazer mais esforços fora do continente europeu”, começou Jeyaratnam, lembrando que a aparente falta de atractividade do futebol mais a norte fez com que a empresa voltasse a sua atenção para a região latino-americana.

“Este foi o passo lógico para nós depois de avaliarmos os Estados Unidos e percebermos que o futebol ainda está muito atrás da lista de prioridades de todos”, explicou.

Ainda, comentou que, no Brasil, houve tração entre os parceiros europeus que já atuam na região, como Betano e Betfair, para citar apenas dois: “Percebemos que quando a regulamentação foi anunciada havia muitos operadores indígenas brasileiros que já atuavam aqui e que não estavam associados às casas de apostas europeias nem usavam plataformas diferentes sobre as quais talvez não tivéssemos tanto conhecimento”.

Dessa forma, Jeyaratnam repetiu um tema regular que ficou evidente ao longo da semana: a importância de conhecer pessoas pessoalmente pode ser fundamental para avançar na região, especialmente como uma empresa ocidental que possui, principalmente, o inglês como idioma.

O executivo enfatizou: “Uma abordagem fria, sem ver as pessoas cara a cara, simplesmente não funcionará para nós. Por isso, decidimos vir para o Rio. O mercado brasileiro é enorme, a população é enorme e o fanatismo por futebol é incomparável. Isso é perfeito para o que estamos tentando fazer”.

Atendimento ao cliente

Como pode ser feito progresso em um país que já possui um ecossistema de jogos on-line bem-estabelecido antes da regulamentação? Para a Abelson, a resposta é simples. Reside, simplesmente, na capacidade de criar oportunidades customizadas para qualquer região e para qualquer cliente desejado.

No entanto, essa história pode apresentar seu próprio conjunto de desafios, uma vez que o Brasil contrasta com Ontário, “onde já havia um mercado”, em vez dos Estados Unidos, que representavam “um campo de jogo totalmente novo”.

Como resultado, a empresa ampliou sua cobertura para atender às demandas regionais, e a solicitação de um artilheiro para o torneio regional de futebol do Rio gerou demandas semelhantes para os campeonatos Paulista e Mineiro.

“Isso por si só já nos dá uma vantagem sobre grande parte da concorrência, que não atingirá esse nível”. Depois, adicionamos Equador, Colômbia, Argentina, Chile e Peru, a pedido de clientes que tinham ativos lá. A natureza única de alguns desses países contrasta com os países europeus onde, se formos à Letônia, por exemplo, a Premier League do Reino Unido ainda é a liga em que apostam. A liga local não é realmente uma grande fonte de renda”, disse Jeyaratnam.

Como revelou o executivo, na América Latina, esse não é o caso, uma vez que, “de acordo com alguns números que ouvimos do Peru, a liga peruana local é, de longe, a maior em termos de faturamento para os operadores ali sediados”.

Posteriormente, oferecer aos jogadores opções detalhadas dentro de sua própria liga regional e nacional tornou-se um importante impulsionador de vendas para a empresa e levou a conversa ao inevitável próximo ponto de discussão.

Atrativos ao jogador

Ao detalhar a estratégia da empresa sobre localização, Jeyaratnam se concentrou além da região latino-americana para destacar a flexibilidade da Abelson quando se trata de tais assuntos.

O dietor afirmou que este problema constitui um “fator-chave para todo o nosso negócio”, pois os marcadores, por exemplo, foram previamente fornecidos a marcas selecionadas da Flutter Entertainment em alguns países da Europa do Leste.

Dessa forma, as estratégias de localização podem ser realizadas “onde quer que o cliente esteja e sinta que quer causar impacto, tudo com base em suas solicitações”.

“O mesmo se aplica à América do Sul, por exemplo. Se você tivesse me dito há dois anos que haveria artilheiros na liga equatoriana, eu acharia improvável, mas agora se tornou uma liga principal. A Colômbia é outra grande liga que não pensávamos que conseguiríamos. Os artilheiros são uma coisa, mas ser capaz de oferecer dados estatísticos detalhados dentro dessas ligas é outro ponto em que acho que temos uma vantagem sobre os concorrentes”, completou Jeyaratnam.

Contudo, oferecer produtos verdadeiramente localizados é apenas mais um fio a acrescentar ao catálogo, que deve ser acompanhado por uma série constante de atualizações em toda a empresa. Sendo assim, Jeyaratnam irá detalhar a expansão futura de produtos e de áreas de cobertura.

Aqui, destacou que uma das principais prioridades será unir os produtos separados de estatísticas de marcadores e de jogadores, que serão incluídos no GPS (Goalscorer Pricing & Settlement) dos grupos e garantirão uma integração única para todos os mercados.

Brasil: país dos sonhos ou campo minado em potencial?

Com uma série de opiniões contrastantes ouvidas no piso de exposição e no palco sobre as possibilidades e sobre os potenciais desafios que a nação enfrenta, Jeyaratnam foi questionado se o entusiasmo é comum a todos ou se é uma abordagem ligeiramente cautelosa.

Entretanto, para ilustrar exatamente sua posição sobre o assunto, o diretor de Operações da Abelson decidiu trazer, novamente, a experiência de alguns anos atrás, quando se falava de uma corrida de ouro em todo o setor.

“É engraçado porque todos possuiam o mesmo entusiasmo pela revogação da PASPA nos Estados Unidos. E, se você é um dos três operadores estabelecidos, então talvez você possa entender a empolgação, mas para os outros operadores e para as outras plataformas que tentaram estar lá, e não foram apenas queimados, mas incinerados, os sinais de alerta poderiam estar lá”, observou Jeyaratnam.

Embora expressem a crença de que a América do Sul parece ter “menos fricções e lacunas regulatórias”, os reguladores brasileiros emitiram um alerta adicional sobre a questão dos impostos e a possibilidade de os jogadores terem de os deduzir dos seus ganhos.

“Esse é um caminho potencialmente perigoso para o mercado brasileiro, porque só atrairá operadores do mercado ilegal, em que não há impostos. Tem de haver alguma proteção do mercado regulamentado”, disse.

Olhando para o futuro, há uma crença de que outros países sul-americanos seguirão os esforços legislativos brasileiros, sendo o Peru o foco principal da Abelson, à medida que avança o trabalho para obter uma licença de fornecedor para o país.

Para concluir, o diretor de Operações refletiu sobre os objetivos da Abelson de alcançar progressos significativos na região: “Para um fornecedor sediado na Europa, há desafios, mas acreditamos que os riscos, como os pagamentos, valem a pena. Em um mercado regulamentado, é menos arriscado, mas nunca se sabe. Você está lidando com operadores que podem falhar durante a noite”.