Afiliados discutem equilíbrio entre estratégias comerciais e políticas de jogo responsável

Afiliados

Nesta semana, a SBC organizou uma jornada on-line de painéis direcionados à inovação digital na afiliação. O evento cobriu uma variedade de temas, incluindo o papel que os afiliados desempenham na promoção do jogo responsável e a garantia de que suas operações não sejam dirigidas a menores de idade ou a pessoas vulneráveis. 

A diretora de Marketing de Conteúdo da SBC, Maria Tsnompilantze, moderou o painel sobre o tema, que foi composto por:

Floris Assies, fundador da Better World Casinos 

Gjorgje Ristikj, diretor executivo e fundador da Link Data Media

Travis Geiger, co-fundador da WagerWire

Ristikj resumiu o dilema que os afiliados enfrentam ao tentar gerar receitas e serem bons parceiros, sem deixar de promover o jogo responsável. 

Os afiliados devem equilibrar os ganhos e o jogo patológico

“[Os especialistas em marketing] têm um dilema ético constante entre os ganhos e a promoção do jogo responsável. Por um lado, devemos fomentar o jogo responsável. Por outro, somos entidades comerciais e somos movidos pela necessidade de aumentar nossas receitas e nossa base de dados de usuários”, explicou Ristikj.

Para Ristikj, equilibrar essas duas motivações resultou em algumas mudanças na forma em que a Gamblers Connect apresenta seus sites. Por exemplo, no lugar de incluir um link de jogo responsável no rodapé da página, colocam-no no menu principal. O grupo também se esforça para criar conteúdo que destaque as ferramentas de jogo responsável. 

Segundo Ristikj, chegou-se ao ponto de eliminar o que tem sido uma marca registrada de muitos sites afiliados: as propagandas pop-up. 

Geiger expressou a preocupação moral que sente por sua base de clientes: “Queremos garantir que, com esses bônus, não estamos oferecendo às pessoas uma dose gratuita de fentanil e enviando-as para as ruas novamente, que é o que pode ser, às vezes, ao apresentar o jogo a alguém”, refletiu. 

O grupo de Geiger, WagerWire, permite que os usuários armazenem todas suas apostas esportivas em diferentes aplicações em apenas um lugar, para acompanhar as vitórias e as derrotas. A abordagem ressalta inerentemente o impacto financeiro das apostas esportivas de uma pessoa, e Geiger espera que isso faça com que tratem o passatempo menos como um bilhete de loteria e mais como uma atividade especializada. 

“Queremos que as pessoas pensem nos jogos de azar mais como um investimento, porque, para ser honesto, sabem mais sobre o escritório principal de sua equipe esportiva favorita do que sobre os executivos C-Level de qualquer empresa que provavelmente esteja em sua carteira. Que pensem no jogo mais como um investimento e menos como uma jogada de dados. E, então, construiremos as ferramentas em torno disso para aumentar a conscientização”, disse.

Os afiliados podem se aproximar do jogo responsável com estratégias que ultrapassem o conteúdo

No entanto, a responsabilidade social dos afiliados pode se estender além do conteúdo da página. Como disse Assies, frequentemente se pensa sobre que tipo de estratégia de links sua empresa emprega e como essas opções podem atrair com mais sucesso um público adequado à idade para seus sites.

Assies recomendou evitar a criação de links que conectem jogos gratuitos, para garantir uma audiência mais próxima aos 24 anos do que aos 18. A composição do público é um tema cada vez mais importante para os afiliados, agora que os mercados, como o dos Países Baixos, estão estabelecendo regulações em que o marketing deve ser voltado para jogadores maiores de idade. 

Apesar de Assies e de todo o restante do painel levar em consideração o jogo responsável, ele disse que toda a indústria seria beneficiada se fosse estabelecida uma formação mais rigorosa sobre o tema, semelhante aos programas em que os operadores implementaram a suas equipes.

“Depois de trabalhar como operador, recebi formação sobre jogo responsável e condutas de risco e quais são as consequências. Acredito que seria melhor para todos no negócio de afiliados, ao menos, comentar esses temas e familiarizar-se com eles”, sugeriu. 

CPA vs participação nas receitas: quem é o responsável?

Sem dúvidas, mais capacitação é útil, mas, como destacou Ristikj, às vezes a própria natureza do negócio pode contradizer um comportamento socialmente responsável. O painel discutiu dois temas que podem ser um pouco controversos, mas também ilustram bem o assunto. 

Um dos temas foi sobre as listas principais e se os afiliados deveriam ser mais transparentes em como calculam essas classificações e quanto deveriam pesar nas classificações como ESG e jogo responsável. Os três concordaram que, quanto maior for a transparência na lista, melhor será para que os clientes possam tomar decisões informadas e confiar que o afiliado oferece informações boas, seguras e precisas. 

O outro tema foi o debate contínuo sobre os acordos de custo por aquisição (CPA) em oposição à divisão das receitas. O argumento foi que a repartição das receitas incentiva os afiliados a levar clientes a operadores com valores mais altos. Aqueles que não receberão o bônus, não permanecerão. No entanto, se um afiliado incentiva que os usuários apostem mais, facilmente pode-se ir do jogo saudável ao jogo patológico. 

Essa é a razão pela qual o grupo de Geiger apenas faz CPA, explicando seu raciocínio de maneira bastante direta. 

“Decidimos contratar contadores públicos sempre que possível porque não queremos o dinheiro suado das pessoas que estamos convidando à indústria”, garantiu. 

A SBC Digital Innovation – Affiliation é uma conferência on-line de apenas um dia, que examia os problemas-chave que os afiliados enfrentam na indústria de jogos on-line. Com contribuições das empresas Betsson, Better Collective, Catena Media, Clever Advertising, ComeOn Group, OneTwenty Group e Time2playMedia, e muitas outras, a agenda incluiu sessões voltadas aos assuntos SEO, fusões e aquisições, software de afiliados, responsabilidade social e IA generativa.