Na quarta-feira, 26, Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central do Brasil (BCB), afirmou que a regulamentação das apostas diminuiu o déficit brasileiro relacionado a “serviços culturais, pessoais e recreativos”.
Em fevereiro deste ano, a redução foi de 89% em comparação ao mesmo período de 2024 – de US$ 284 milhões para US$ 31 milhões.
Para Rocha, o novo cenário legal das apostas no Brasil é o principal responsável por essa alteração de valores.
O número de recursos transferidos para mercados estrangeiros de apostadores também diminuiu – as despesas de outras transferências apresentaram queda de 78% no mesmo período citado acima. Os valores caíram de US$ 724 milhões para US$ 157 milhões.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BCB explicou que o fluxo financeiro das apostas começou a acontecer dentro do território brasileiro após a regulamentação. Essas apostas, que antes eram transferidas para outros países e contabilizadas como “despesas”, deixaram de ser captadas pelas estatísticas do BCB.
Em relação aos prêmios recebidos pelos apostadores que residem no Brasil, as receitas reduziram de US$ 767 milhões para US$ 223 milhões, representando uma diminuição de 70%, aproximadamente, nesse mesmo intervalo de comparação.
“Isso não significa, necessariamente, que os brasileiros diminuíram suas apostas. As transferências das apostas internacionais é que reduziram, porque foi redirecionado às transações domésticas”, comentou Rocha.
As empresas de apostas internacionais, agora, precisam ter sede e administração no Brasil para poderem operar legalmente no mercado nacional. Isso, conforme explicou Rocha, gerou mudanças no fluxo de recursos analisado pelo BCB.
“Boa parte desses fluxos, que antes eram relacionados para o exterior, agora ocorrem dentro do país”, afirmou o especialista.