Simon Hovmand-Stilling, Better Collective: “mantenha os pés no chão” e contrate talentos locais para solidificar a oferta na América Latina

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As operações da Better Collective no primeiro trimestre do ano levaram a números recordes em métricas importantes: a receita do grupo aumentou em 30%, gerando € 88 milhões, representando um crescimento orgânico de 23%. O número de novos clientes que depositaram aumentou 35%, o que significa 488 mil usuários ativos.

Esse crescimento, segundo a empresa, foi alcançado à medida que a Better Collective fortaleceu sua presença na região da América Latina. Um desses desenvolvimentos, por exemplo, foi a nomeação de Simon Hovmand-Stilling como CEO regional, dando à afiliada de mídia a capacidade de ter uma “forte organização local”.

Em conversa com o SBC Notícias, o novo CEO regional da Better Collective falou sobre os planos da empresa para o futuro na América Latina e compartilhou onde e por quais motivos a região apresenta as maiores oportunidades.

SBC Noticias: Após a nomeação como CEO na América do Sul, quais serão as estratégias de curto e longo prazos da Better Collective na região?

Simon Hovmand-Stilling: Tendo estabelecido uma posição de liderança na Europa e na América do Norte, a Better Collective agora está de olho na região da América Latina como o próximo destino em sua jornada para se tornar o principal grupo de mídia esportiva digital.

A região da América Latina está superando a maioria das outras geografias e em uma taxa que nunca vimos antes. Muitas de nossas casas de apostas esportivas parceiras estão ativas nesta região há muito tempo, e já conseguimos conquistar uma posição de liderança de longe. Agora, é a hora de colocar os pés no chão, por isso estamos recrutando talentos há alguns meses na região e, em agosto, abriremos nosso primeiro escritório no Rio de Janeiro.

Acreditamos que nossos serviços são exatamente o que os fãs de esportes na América do Sul precisam para participar de forma mais imersiva em seus esportes favoritos. Temos uma base de afiliados muito forte para crescer à medida que aprimoramos nossos recursos SoMe e de vídeo, uma vez que isso é a chave para o sucesso nesta região. Além disso, planejamos estender nossa mídia esportiva e nossas comunidades esportivas para a região, dividindo-as em três categorias:

  • Marcas internacionais, como bettingexpert, HTLV e FUTBIN, já se mudaram para esta região com sua natureza de mídia e suas comunidades internacionais;
  • Podemos oferecer marcas globais, como Dust2, com um toque local. Nesses casos, nos adaptamos ao público local. Por exemplo, lançamos o Dust2 no Brasil no segundo trimestre de 2022 e vimos uma boa tração desde então;
  • Marcas norte-americanas, como a Action Network, podem chegar aos sul-americanos que assistem a esportes americanos, e podemos usar Rotogrinders nos etapas iniciais de um mercado emergente.

A configuração da Better Collective oferece escalabilidade e tráfego de qualidade, o que significa que estamos posicionados de maneira única para ajudar parceiros de negócios, como apostas esportivas, a desenvolver seus próprios negócios de tal forma que todos saiam ganhando.

Tanto as fusões e as aquisições quanto as parcerias de mídia desempenharão um papel importante no crescimento de nossa presença na América do Sul nos próximos anos, à medida que nos esforçamos para concretizar nossa visão de nos tornarmos o principal grupo de mídia esportiva do mundo.

Em termos de M&A, nos esforçamos para ser o comprador mais atraente de empresas de mídia esportiva. Também fazemos parcerias de longa data com veículos de mídia tradicionais, como as que temos com The Daily Telegraph, The New York Post, Goal.com, entre outros. Nossa configuração é excelente quando se trata de ajudar as empresas de mídia tradicionais a monetizar seu tráfego. Já documentamos histórias de sucesso de parcerias existentes e estamos procurando expandir essa lista com mais meios de comunicação locais da região, onde já atuamos. Combinar as habilidades de um veículo tradicional com o conteúdo e as habilidades de monetização da Better Collective resulta em uma forte situação em que todos saem ganhando.

Com os gastos em anúncios digitais crescendo também na América Latina, isso representa uma rara oportunidade para a Better Collective.

Desde 2017, aumentamos nosso alcance global – de mais de 7 milhões de visualizações mensais para mais de 150 milhões de visualizações mensais até 2022. Nossos esforços nos permitem mergulhar na publicidade esportiva.

Atualmente, 30% dos anúncios na região da América Latina são traduções do inglês para o espanhol ou português; portanto, há pouca adaptação ao mercado. A localização será extremamente importante para nós, e já estamos aprendendo sobre os fãs de esportes locais para trazer maior relevância aos anunciantes, tanto locais quanto internacionais, que buscam estabelecer presença nesta região.

Para resumir, a América do Sul é uma região de crescimento extremamente rápido. Nossos parceiros existentes já estão presentes na América do Sul, e temos crescido com eles nos últimos anos. Já temos uma tração muito boa e sabemos que nossa fórmula vencedora está funcionando no Brasil e em outros mercados da região.

SBCN: Qual a importância de a empresa ter um escritório no Rio? Que papel tem no alcance local da Better Collective?

S.V.S.: De muitas maneiras, a América do Sul pode ser comparada à Europa, considerando que não é um mercado homogêneo, mas sim uma região muito diversificada. Por isso, precisamos ter os pés no chão, para melhor nos adaptarmos às necessidades do mercado local, embora algo que a região latino-americana tenha em comum seja a paixão pelo futebol.

Ter um escritório local permite que a Better Collective entenda profundamente a cultura local e recrute mais facilmente os melhores talentos locais. Isso nos permite fornecer conteúdo e serviços localizados e adaptados às necessidades específicas da América do Sul. Além disso, ter uma presença física permite que a Better Collective trabalhe mais de perto com parceiros locais, organizações esportivas e outras partes interessadas importantes. Isso ajudará a construir confiança, estabelecer credibilidade e obter informações valiosas sobre os mercados da região, assim como fizemos com sucesso por mais de uma década na Europa e nos últimos cinco anos nos Estados Unidos.

SBCN: Que avaliação pode fazer sobre a situação atual dos afiliados de mídia esportiva na região?

S.V.S.: Os afiliados de mídia esportiva na América do Sul tiveram um crescimento nos últimos anos devido à crescente popularidade das apostas esportivas na região. No entanto, o mercado sul-americano é complexo e muito diversificado, com diferentes regulamentos, idiomas e normas culturais, quando se trata de esportes, nos países desta região. Vemos que a Better Collective tem um potencial de crescimento significativo na América do Sul, mas a região também conta com uma variedade de desafios que precisam ser enfrentados para garantir o sucesso sustentado.

O histórico da Better Collective mostra que podemos navegar com sucesso em um novo ambiente regulatório, adotar estratégias de marketing inovadoras e construir fortes relacionamentos com parceiros. Portanto, sabemos que estamos muito bem posicionados para o sucesso nesta região. Estamos empenhados em adotar uma abordagem de longo prazo para o mercado sul-americano, reconhecendo que a construção de um negócio de sucesso exigirá tempo e esforço. No entanto, estamos confiantes de que nossa abordagem orientada por dados e soluções inovadoras nos permitirão ter sucesso neste mercado empolgante e em rápida mudança.

Sabemos que ganhar participação de mercado rapidamente é uma prioridade fundamental para a maioria das casas de apostas esportivas e, aqui, somos realmente um parceiro importante com nossas fortes marcas de mídia esportiva, parcerias de mídia e, além disso, a melhor divisão de mídia paga em sua categoria.

SBCN: O Brasil caminha para se tornar um dos mercados de apostas mais interessantes por vários motivos: um deles é ter 218 milhões de habitantes. No ano passado, a Better Collective conseguiu adicionar 1,7 milhão de novos clientes para empresas de apostas esportivas em todo o mundo. Quanto você estima que o número crescerá quando o Brasil estiver operando?

S.V.S.: Não fornecemos nenhuma orientação específica sobre o Brasil ou a América Latina. Esperamos que o Brasil se torne um grande mercado para a Better Collective, e a América do Sul já é uma parte significativa das receitas e NDCs do grupo.

SBCN: O que você pode nos dizer sobre a estrutura atual da empresa na América do Sul?

S.V.S.: Ainda é muito cedo [para dar informações], e o trabalho está em andamento. Estamos contratando talentos locais em muitos mercados, e essa tendência continuará pelo menos até o final de 2023. No geral, posso dizer que acreditamos fortemente que obteremos os melhores resultados se tivermos pessoas locais trabalhando nos mercados locais.

SBCN: Qual será o tamanho da equipe no Brasil quando a Better Collective abrir outro escritório em São Paulo? Há planos de expansão para outros países da América do Sul?

S.V.S.: Em um futuro não muito distante, teremos um escritório em São Paulo. Como a localização é absolutamente fundamental para nossa estratégia, certamente estaremos presentes na maioria, se não em todos, os principais mercados da região em algum momento. No entanto, é muito cedo para dizer quando e onde.