Copa do Mundo Feminina resulta no bloqueio de 15 plataformas de apostas

Copa do Mundo

Após uma investigação realizada pela Autoridade Australiana de Comunicações e Mídia (ACMA), descobriu-se que 18 sites internacionais violaram as leis de jogos de azar no país durante a Copa do Mundo Feminina da Federação Internacional de Futebol (FIFA).

Durante o evento de 2023, foram realizadas apostas em plataformas on-line e em salas presenciais e apostas em eventos esportivos durante a competição, o que é ilegal no país. 

Por essa razão, a ACMA, junto à Nova Zelândia, conduziu uma revisão geral de, aproximadamente, 200 sites de jogos de azar internacionais que operavam desde antes da Copa do Mundo. Revelou-se que 21 plataformas foram investigadas pela autoridade porque visavam diretamente os apostadores australianos.

Ao final da investigação, três dos sites de jogos de azar internacionais foram removidos da Austrália e 15 foram bloqueados por provedores de Internet a pedidos do órgão de controle.

Carolyn Lidgerwood, líder de Jogos de Azar On-line da ACMA, ressaltou o número de sites que eram direcionados aos jogadores australianos: “As operações de jogos de azar ilegais geralmente aproveitam eventos esportivos de alto nível para oferecer seus serviços aos fãs”. 

“Esses sites não oferecem nenhuma proteção ao consumidor, a qual existe nos serviços de apostas licenciados na Austrália. Usar esses sites é mais do que uma aposta, uma vez que você não tem direitos e, mesmo que ganhe, poderá nunca ver o dinheiro”, afirmou Lidgerwood.

A informação foi veiculada logo após o regulador de jogos do estado de Victoria solicitar ao atual governo australiano, sob o comando do primeiro-ministro Anthony Albanese, que tomasse medidas imediatas contra os anúncios de apostas.

De acordo com o The Guardian, Annette Kimmitt, diretora executiva da Victorian Gaming and Casino Control Commission, destacou que existe um problema urgente, chamondo-o de “bombardeio” de reclamações de pais que relatam que os seus filhos são jogadores anônimos.

No ano passado, um projeto de lei (PL) foi levado ao parlamento australiano sugerindo o fim dos patrocínios de jogos de azar nos esportes em todo o país. Apresentado pela deputada independente Zoe Daniel, o PL visa proibir todos os anúncios de jogos de azar na televisão, nas redes sociais, nos serviços de streaming e na rádio.

Ainda, algumas ligas locais, como a National Rugby League (NRL), continuam a se afastar do setor de apostas. No entanto, South Sydney Rabbitohs e Canterbury-Bankstown Bulldogs expandiram recentemente suas parcerias com o Reclaim the Game.

A falta de compromisso das apostas com a Copa do Mundo Feminina

A Copa do Mundo Feminina aconteceu entre julho e agosto de 2023, na Austrália e na Nova Zelândia, quebrando todos os recordes de patrocínios, segundo Gianni Infantino, presidente da FIFA

Além de a indústria de jogos e de apostas ter perdido a oportunidade de patrocinar o evento, deixou uma lacuna no trabalho sobre jogo responsável e sobre publicidade transparente, o que resultou nessa exposição de falta de compromisso com o torneio.

A coluna de opinião sobre o aproveitamento de oportunidades de patrocínio na Copa do Mundo Feminina está disponível aqui.

É válido destacar, contudo, que o Grupo de Trabalho de Integridade da FIFA revelou que concluiu com êxito a avaliação sobre as apostas esportivas realizadas mundialmente durante a Copa do Mundo Feminina 2023.

O estudo observou que não houve nenhum alerta relacionado a comportamentos suspeitos, como tentativas de manipulação de jogos e outras ameaças semelhantes, ao longo das 64 partidas disputadas no campeonato.