Durante sessão na terça-feira, 9, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas no Senado Federal, informou que William Pereira Rogatto, que se apresenta como “empresário de atletas”, não iria comparecer para depor.
Segundo Kajuru, o convocado entrou em contato com a assessoria da CPI, mas não informou se iria comparecer à reunião. Além disso, não apresentou nenhuma justificativa para a ausência na sessão.
Rogatto está sendo investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal por suposto envolvimento em manipulação de resultados. Kajuru afirmou que “há um mandado de prisão” para ele e que, possivelmente, Rogatto não esteja no Brasil, mas em Lisboa.
No requerimento de convocação, o senador Romário (PL-RJ) disse que Rogatto “tem operado na clandestinidade como manipulador profissional mediante à cooptação de jogadores, à venda de resultados arranjados e à realização de apostas”.
O senador pontuou, ainda, que a Polícia Federal possui investigação que mostra mensagens do “empresário de atletas” com jogadores aliciados, em que mencionava pagamentos e realizava apostas fraudulentas.
“William Rogatto se destaca por conduzir, durante, ao menos, quatro anos, um poderoso esquema de manipulação de resultados no futebol”, disse Romário, acrescentando que Rogatto atuava em São Paulo, em Sergipe e no Distrito Federal, “o que o levou a figurar com destaque em duas das mais importantes operações de investigação conduzidas no Brasil”.
“Por esses motivos, torna-se imprescindível que esta CPI colha o depoimento do senhor William Pereira Rogatto”, declarou o senador.
CPI no Senado: quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático da BC Sports Management
A CPI das Apostas aprovou o requerimentos de Romário que solicitava a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático da BC Sports Management Ltda.
O senador revelou que, durante a Operação Penalidade Máxima do Ministério Público de Goiás (MP-GO), descobriu-se a existência de uma organização criminosa, especializada em manipulação de resultados no mercado de apostas. A atuação da empresa concentrava-se em Goiás, em São Paulo, em Santa Catarina e no Maranhão.
De acordo com a investigação, a organização criminosa operava em rede e de forma complexa, com diferentes divisões de tarefas e núcleos de atuação, incluindo aliciadores, financiadores, apostadores e jogadores aliciados.
Os sócios da empresa BC Sports Management, Bruno Lopez de Moura e Camila Silva da Motta, foram denunciados durante a operação do MP-GO. Romário destacou que as contas da empresa eram usadas “para movimentação financeira do esquema delitivo, efetuando pagamentos de sinais e valores aos jogadores cooptados, intermediadores e transitando valores também para apostas nos jogos previamente ajustados”.
Auditor do STJD pode depor à CPI das Apostas
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) solicitou o depoimento de Mauro Marcelo de Lima e Silva, auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O requerimento foi aprovado pela atual CPI da Manipulação de Jogos e Apostas.
Portinho alegou que o auditor “considerou infundadas” as acusações apresentadas por John Textor, sócio majoritário da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) Botafogo de Futebol e Regatas, de manipulação de resultados no futebol brasileiro.
Ainda, a CPI aprovou o pedido de Kajuru para compartilhar documentos e informações do STJD em relação à investigação de possível manipulação no Campeonato Brasileiro do ano passado.