Jogador do Grêmio pode ser suspenso após realizar aposta em jogo do clube

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Ferreira, jogador de futebol do Grêmio, é o mais recente atleta a fazer parte da polêmica sobre a regulamentação das apostas esportivas no país. Ferreira teria compartilhado em suas redes sociais uma aposta que fez no próprio time.

Sábado passado, o jogador divulgou um bilhete de aposta que teria realizado para a partida Grêmio x Caxias, no jogo pela final do Campeonato Gaúcho – que se encerra no dia 8 de abril. O jogador informou aos seguidores que teria apostado R$ 500 pela vitória do Grêmio – com possibilidade de ganhar R$ 900, caso acertasse – e publicou o link para o site de apostas Esportes da Sorte, um dos patrocinadores do time.

Embora a FIFA e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) proíbam a participação de jogadores de futebol em atividades de apostas esportivas – conforme consta no Regulamento Geral das Competições 2023 (RGC) -, Esportes da Sorte e Pablo Bueno, empresário de Ferreira, desmentiram a infração e disseram que a ação se tratava de um acordo de publicidade entre a marca e o jogador, que se recuperava de uma lesão e não participou do jogo em questão.

No entanto, ou a multa estipulada no RGC, de ao menos 100 mil francos suíços (R$ 550 mil), ou a suspensão de atuar como jogador por até três anos – ou temporariamente – poderia ser aplicada a Ferreira.  

O posicionamento do Grêmio

Em nota, o Grêmio, atualmente na Série A do Brasileirão, disse que “o intuito de preservar a transparência de seus processos, dos valores éticos e morais preconizados por essa instituição, informa que está tomando todas as providências necessárias sobre o episódio envolvendo o atleta Ferreira e a patrocinadora do Clube, Esportes da Sorte, divulgada em rede social do jogador no último sábado”.

O clube disse que cumpre as regras da FIFA e, por isso, emitiu um comunicado interno sobre o “novo regulamento que regerá o clube” em relação às apostas esportivas: “O Grêmio se compromete a manter a lisura do jogo e um amplo controle interno para que nenhuma prática possa se configurar em desrespeito ou descumprimento às normas vigentes”, finalizou a nota.

A regulamentação e a prevenção de fraudes

Ainda que o Brasil não regulamente as apostas esportivas, Ferreira e os demais jogadores sob os comandos da FIFA devem seguir o Código de Ética da Federação – mesmo sob as circunstâncias explicadas pelas partes envolvidas.

Ainda, a Medida Provisória (MP) que Fernando Haddad, ministro da Economia, enviará até o final do mês para ser apreciada versa, entre outros assuntos, sobre protocolos de segurança para promover a integridade das apostas e prevenir a manipulação de resultados. Espera-se, também, que a publicidade na indústria seja analisada, uma vez que há a possibilidade de não permitirem patrocínios feitos por empresas que não possuam filial no Brasil.