Thomas Holland, diretor de Produto da Genius Sports, falou sobre criadores de apostas, gestão de risco e como as inovações tecnológicas estão impulsionando novas dinâmicas em plataformas de jogos em entrevista exclusiva ao SBC News.
SBC: O gerenciamento de passivos tornou-se complexo, e produtos como o betbuilder criam exposição a milhões de resultados. Como o risco é gerenciado de forma eficaz no cenário atual?
Thomas Holland: A gestão de passivos sempre foi complexa, remontando aos tempos em que os traders definiam manualmente as probabilidades em cada mercado, levando em conta o preço real, o peso dos passivos e quais os clientes individuais que estavam gerando esses passivos.
O crescimento do conteúdo e dos tipos de mercados disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, tornou a gestão de riscos quase impossível sem automação. Com a exposição espalhada por milhões de resultados, muitos traders estão, agora, optando por definir limites, atrasar e definir o perfil dos jogadores para reduzir perdas, deixando os lucros na mesa e potencialmente perturbando a experiência do cliente.
Mas, graças à nova tecnologia, as casas de apostas podem finalmente conduzir ajustes de probabilidades dinâmicos e automatizados, baseados em responsabilidades, na escala necessária, para obter a rentabilidade máxima em cada evento e mercado, mesmo em produtos como os criadores de apostas, que têm importantes responsabilidades específicas do operador.
SBC: Quais as vantagens do uso da automação na gestão de riscos? Existem possíveis desvantagens?
T.H.: A maior vantagem da automação é maior eficiência e lucratividade com negociações mais rápidas e escaláveis. Desde 2016, a cobertura de eventos ao vivo cresceu 250%. A automação no gerenciamento de riscos é fundamental para manter o ritmo.
Os apostadores, por exemplo, distribuem os passivos em parcelas de sete, oito e nove folhas de apostas. Como isso é monitorado e gerenciado de forma eficiente? Somente com a automação, os traders podem equilibrar as responsabilidades e ajustar os preços com base na atividade de apostas, no status dos jogos, nas probabilidades ao vivo e fazer alterações nos parâmetros de negociação de maneira correlacionada e confiável.
A desvantagem de que você ouve falar é que as pessoas acham que a automação significa uma abordagem única para todos. Mas abordamos o risco de uma forma única para cada trader individual, uma vez que nos concentramos nas suas próprias apostas e responsabilidades, com modelos personalizáveis, limites e configurações de overround para permitir que os traders diferenciem suas apostas esportivas.
SBC: Que tipo de mudanças estão impulsionando inovações na área de negociação de apostas esportivas?
T.H.: Historicamente, as apostas eram uma habilidade manual altamente especializada. Os traders definiam o preço, aceitavam cada aposta e concentravam-se na maximização da rentabilidade, mas o papel do trader evoluiu desde então. As apostas esportivas são, agora, uma experiência de entretenimento on-line 24 horas por dia, 7 dias por semana, e as plataformas também devem considerar a aquisição e a retenção de clientes, a diferenciação da marca e encontrar formas de aumentar as receitas.
Os produtos automatizados exigem supervisão dos comerciantes, com dados de clientes e da indústria a seu alcance, mas os modelos são vitais para o processo atual de formulação de apostas. Agora que os preços reais são padronizados e geralmente terceirizados, os traders podem dedicar mais tempo às principais tarefas de risco, como factoring de clientes, criação de perfis e ajuste de modelos.
SBC: Quão importante é que os preços reflitam o interesse em times e em jogos locais? Como os operadores multijurisdicionais podem criar ofertas verdadeiramente localizadas em cada mercado?
T.H.: Este é um debate antigo e começa com o preço real. A probabilidade de o Manchester City vencer o Chelsea é a mesma no Reino Unido e em Nova Iorque, mas isso não significa que tenha de oferecer exatamente as mesmas probabilidades. Reagir de forma eficaz à sua base de clientes é uma parte fundamental para oferecer o preço certo.
Este é um detalhe importante por vários motivos. Para os traders norte-americanos, as responsabilidades costumam ser condensadas em alguns resultados do fim de semana da NFL. As probabilidades multiestados baseadas em responsabilidade desbloquearão spreads adicionais, independentemente do resultado. A mesma situação se aplica aos operadores europeus durante o futebol de elite do fim de semana.
Entretanto, os preços são agora uma alavanca cada vez mais poderosa para a aquisição de clientes em mercados maduros como o Reino Unido, o que é outra razão pela qual os operadores precisam de controle para ajustar e localizar os preços.
SBC: Como as novas tecnologias podem ajudar os operadores a oferecerem mais mercados e talvez até mercados únicos?
T.H.: Dados mais ricos e rápidos sobre o status das partidas e sobre o desempenho dos jogadores, agora aproveitando modelos automatizados, são a base da inovação empresarial. Essa combinação permitirá uma experiência de apostas ainda mais envolvente.
Os criadores de apostas e de acessórios tornaram-se um padrão na Europa e nos Estados Unidos. A próxima onda de crescimento verá os operadores explorarem conteúdos locais mais profundos e tipos de mercado que envolvem aspectos mais sutis do desempenho do jogador que contextualizam a narrativa do jogo ao vivo.
A personalização das apostas esportivas tem sido amplamente discutida e está, rapidamente, tornando-se uma realidade, com produtos de criação de apostas, uma visão mais profunda do histórico de apostas dos clientes e novas soluções de streaming inovadoras – como a BetVision -, que reúnem tudo isso.
