Diante de uma crescente onda de preocupação e de denúncias devido à participação de adolescentes em plataformas de apostas esportivas e de jogos on-line em toda a Argentina, o governo da cidade de Buenos Aires decidiu começar com um bloqueio massivo.
Nos últimos dias, as autoridades da capital argentina informaram que foi executado o bloqueio de sites de apostas nas redes Wi-Fi das escolas, depois que professores e pais relataram vício em jogos de azar (ludopatia) entre os alunos.
“Mais de 12% das pessoas que apostam on-line são jovens entre 15 e 24 anos”, apontou o governo, baseando-se em dados de uma pesquisa realizada pela Seenka Media Data, empresa de monitoramento e de análise de mídia, em 2023. Foi revelado também que “66,65% das publicidades em canais esportivos correspondia a casas de apostas”.
Apesar da regulamentação das apostas esportivas e de jogos on-line, tanto na cidade quanto na província de Buenos Aires, tenha como eixo a divulgação do jogo responsável e legal, vários sites internacionais sem licença alcançam o público argentino e permitem a participação de menores de idade e de auto excluídos, uma vez que não estabelecem nenhum tipo de controle de identidade.
Segundo o chefe do governo da cidade de Buenos Aires, Jorge Macri, as apostas são “um dos problemas mais graves nas escolas”, razão pela qual as autoridades procederão com o bloqueio do “endereço IP dos sites de apostas na rede de Internet” das escolas públicas.
O anúncio une-se a vários projetos apresentados tanto na Legislatura de Buenos Aires quanto no Congresso Nacional, para limitar a publicidade da indústria, proibir patrocínios esportivos, bloquear sites estrangeiros, entre outras medidas, a fim de enfrentar o jogo patológico, especialmente entre menores de idade.
Além disso, destacou-se que, embora os sites de apostas esportivas e de jogos on-line estejam bloqueados nas redes Wi-Fi das escolas públicas, o bloqueio não abrange as escolas privadas, e os sites podem ser acessados por meio de dados móveis, “uma restrição que foge ao poder das escolas”.
Buenos Aires contra o jogo patológico
No início do mês, os legisladores portenhos Paola Michielotto e Sergio Siciliano apresentaram um projeto de lei (PL) determinando expressamente a “proibição de jogos em qualquer uma de suas formas e de apostas a pessoas menores de 18 anos, seja de maneira presencial ou pela modalidade on-line”.
Com esse projeto, o Código Contravencional será modificado, na tentativa de reduzir o número de menores de idade que acessam os jogos on-line.
