Andre Gelfi, IBJR: o Brasil é a “bola da vez” em manipulação de resultados

IBJR

Em artigo de opinião publicado no portal O Tempo, Andre Gelfi, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), falou sobre a manipulação de resultados em “Combate à manipulação de resultados de jogos”.

Gelfi relembra que a fraude em esportes acontece por diversos motivos, e “o Brasil é a bola da vez no cenário mundial quando se fala no assunto”.

A partir das investigações do Ministério Público de Goiás (MP-GO) – iniciadas depois que Hugo Bravo, presidente do Vila Nova, denunciou o esquema -, que desencadeou as operações Penalidade Máxima I e II, o executivo ressalta que as entidades globais esportivas observam como a justiça e a política brasileiras lidam com os casos de manipulação de resultados nas partidas do Campeonato Brasileiro no ano passado.

“A integridade do esporte alicerça-se única e exclusivamente no comprometimento dos atletas e equipes com o espírito competitivo. Se não houver disputa, não é esporte. E, se não for esporte, o envolvimento emocional de quem assiste e a movimentação econômica que orbitam o evento desaparecem, desencadeando um forte impacto social”, pontuou Gelfi.

Ainda, relembra o leitor que, para que haja proteção da competitividade no setor, as empresas atuam em conjunto para garanti-la: “A imprevisibilidade é o que faz com que as pessoas se interessem por qualquer competição e, consequentemente, façam suas apostas […]. Sem integridade, não há risco. Sem risco, não há aposta”.

Segundo Gelfi, os mercados regulamentados e as entidades esportivas internacionais encaram a indústria das apostas como um “aliado” para enfrentar o problema. Ainda, disse que banir mercados de apostas, como escanteios, cartões e pênaltis, não contribui para diminuir e/ou eliminar a manipulação de resultados no esporte.

“A proibição dessas categorias em alguns países não surtiu efeito em coibir as manipulações, porque num mundo globalizado os criminosos acabavam por fazer a mesma aposta em outros locais do planeta. Ou seja, o problema continuou a existir”, declarou.

Sobre o assunto, o presidente do Instituto relembrou que, em maio deste ano, o IBJR firmou acordo com a International Betting Integrity Association (IBIA), a fim de reforçar o combate à manipulação de resultados e para promover a credibilidade dos eventos esportivos e das apostas on-line no país.

“A aproximação da IBIA dos ministérios da Fazenda e do Esporte, intermediada pelo IBJR, indica um bom início de caminhada para a criação de uma legislação robusta e a efetiva integridade das competições de todas as modalidades. A IBIA pode ajudar o Brasil a criar e adaptar parâmetros e preceitos já aplicados em mercados bem-sucedidos mundo afora”.

A união entre ambas as partes busca fortalecer os laços entre as associações, mediante ações para estabelecer um mercado viável, com altas taxas de retenção de clientes, e para garantir a integridade.