iGaming Daily discute a batalha pelos mercados regulamentados da América do Sul

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Na Argentina, 80% das apostas on-line são feitas ilegalmente, em empresas não licenciadas. Em comparação, apenas 20% são realizadas em operadores regulamentados.

Isadora Marcante, jornalista sênior do SBC Notícias Brasil, apresenta o episódio 303 do iGaming Daily, patrocinado pela Optimove. Acompanhada pelo jornalista sênior Fernando Noodt e pela editora Lucía Gando, que trabalham na cobertura da indústria da América Latina no SBC Noticias, os profissionais da SBC discutiram a situação na Argentina e o que as autoridades estão fazendo para reprimir o jogo ilegal e a participação de menores – além de comentarem os novos caminhos do Uruguai.

Na casa dos hermanos, cada província é responsável por regular o próprio mercado de jogos on-line, e Fernando explicou que muitas regiões estabeleceram quadros regulamentares após a explosão do setor iGaming durante a pandemia da COVID-19.

Mesmo assim, muitos operadores não regulamentados continuam ativos e operam sem as restrições impostas aos operadores legais, o que os levam a não seguir as regras de não incentivar o jogo a menores de idade – tendo em vista que não realizam processos de verificação de identidade.

“80% é um percentual muito alto. Eu diria que a participação de menores em jogos é um câncer na indústria, especialmente porque temos uma quantidade muito grande de empresas e de operadores fraudulentos atuando não apenas na Argentina, mas em outros países da América Latina, como no Brasil”, disse Marcante.

Para prevenir e tentar mitigar o problema, a província de Buenos Aries levantou dados sobre a participação de menores e sobre o vicio em jogo. A província constatou que quase 40% dos adolescentes fizeram pelo menos uma aposta.

A cidade de Buenos Aires decidiu, então, interromper a concessão de licenças a novos operadores na jurisdição para tentar combater o problema que foi discutido em episódio anterior do iGaming Daily com a equipe do SBC Noticias.

A questão do mercado de jogo não regulamentado também teve impacto na percepção do jogo regulamentado entre a população argentina, uma vez que as pessoas não conseguem distinguir entre os dois quando os operadores legais fazem publicidade na televisão e em eventos esportivos.

Episódio 303, The Struggle For Regulated Markets in South America, do iGaming Daily

“[As pessoas] começam a se preocupar com todas essas campanhas e com toda essa publicidade; por isso, tendem a colocá-las no mesmo saco dos operadores ilegais que são o destino escolhido pelos menores que procuram fazer apostas”, explicou Noodt.

Ainda, salientou que a Igreja Católica local divulgou um comunicado pedindo a adoção de medidas para ajudar a resolver o problema.

“Considerando o impulso de marketing das empresas regulamentadas e o comportamento antiético das empresas não licenciadas, as pessoas, os legisladores e os diferentes segmentos da sociedade voltam-se cada vez mais contra a indústria, todos os dias, todas as semanas, todos os meses. Você continua vendo mais e mais pessoas falando contra a indústria”, acrescentou Noodt.

Já no Uruguai, o Banco Central estendeu seu quadro regulatório contra transações não autorizadas de jogos on-line e de apostas esportivas.

Gando afirmou: “A medida já se aplica aos bancos formais, mas agora também impactará as plataformas independentes, que terão de enfrentar as mesmas restrições que os bancos formais no que diz respeito às transações internacionais e às opções de pagamento aos operadores de jogos”.

“De acordo com o novo regulamento, as plataformas não poderão aprovar transações internacionais e locais para plataformas de jogos e de apostas esportivas”, completou Gando.