Número de jovens com problemas de compulsão por apostas cresce em Belo Horizonte, diz JA

compulsão por apostas

Jogadores Anônimos (JA), irmandade sem fins lucrativos que auxilia jogadores que sofrem com compulsão por apostas, relatou que, desde o início da pandemia, jovens apostadores têm buscado ajuda. 

“Quase toda semana entra um pedindo ajuda. Chegou um agora que não tem 18. Idade do meu filho. Eu estou lá há 21 anos”, disse um representante do JA de Belo Horizonte. 

O voluntário explicou que as pessoas que comumente solicitavam suporte eram aposentados que frequentavam bingos clandestinos. Hoje, a situação mudou: “Estão chegando muito cedo, aos 20, 21 anos… Gente mais nova que não se via chegar ao grupo dez anos atrás”, lamentou.

Para entrar em contato com a equipe do Jogadores Anônimos, os apostadores devem ligar para a linha de ajuda divulgada no site da instituição. 

O JA realiza reuniões presenciais em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Niterói, em Belo Horizonte, em Florianópolis, em Salvador e em Porto Alegre. O grupo também presta serviços online.

Jogo responsável e proteção aos jogadores

Com o aumento da publicidade de apostas esportivas e a carência de regulamentação do setor, o funcionário da instituição não vê com bons olhos a regulamentação das apostas no país: “cobrando imposto, vão aumentar a propaganda ainda mais”, opinou.

Entretanto, de acordo com Andre Gelfi, diretor-presidente do recém-lançado Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), a regulamentação deve ser positiva para a prevenção ao vício, uma vez que “os membros fundadores [do IBJR] já adotam práticas [de jogo responsável] necessárias, por serem licenciados em diversas jurisdições de referência”.

Entre as medidas implementadas pelas casas de apostas e de cassinos online, estão assistência gratuita a usuários dependentes, políticas antilavagem de dinheiro e antiterrorismo, ferramentas de autoexclusão das plataformas e limites de depósito e monitoramento de transações.

Para Gelfi, o papel do IBJR é assessorar, oferecer suporte e responder dúvidas. “Estamos aqui para servir, porque entendemos que é relevante e pode trazer bons frutos. Acreditamos que temos um papel fundamental para ajudar o ministério da Economia, especificamente, a trabalhar nesta questão diretamente do Brasil”.