Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) defendeu ontem, 26, a proibição do depósito via pix em casas de aposta.
Em entrevista à Folha, Sidney previu uma bolha de inadimplência decorrente das apostas, e afirmou: “Se não for possível proibir de imediato o pagamento com pix, ao menos que se estabeleçam limites de valores máximos para apostas, tal como o Banco Central (BC) já limita as transações à noite”.
O presidente da Febraban também disse que o mínimo a fazer é proibir que os beneficiários de programas sociais façam transferências via pix para fazer apostas esportivas.
“Não dá para brincar com coisa séria, que é a saúde financeira e mental das pessoas”, completou Sidney. O pedido de proibição vem dias após a divulgação de uma pesquisa do Banco Central, que reporta que os brasileiros gastaram cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas esportivas em 2024.
Executivos da indústria de apostas esportivas questionam os números, e afirmam que os estudos com números mais elevados apontavam um gasto anual entre R$ 60 bilhões e R$ 130 bilhões, número muito abaixo dos R$ 240 bilhões estimados pelo Banco Central. De acordo com especialistas no setor, o estudo também deixou de contabilizar o valor que é retornado ao usuário por meio de prêmios, e que pode ser reutilizado ou resgatado pelo mesmo.
Segundo o estudo divulgado pelo Banco Central, cerca de 90% das operações digitais neste ano foram realizadas via pix.