O Ministério Público de Goiás (MP-GO) acusou de fraude em apostas esportivas 14 pessoas, incluindo os atletas Romário e Gabriel Domingos. O esquema envolve jogos da Série B do Campeonato Brasileiro e foi descoberto após Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova, apresentar denúncia.
De acordo com o juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 2ª Vara Estadual de Repressão ao Crime Organizado e à Lavagem de Capitais do Estado de Goiás, os requisitos apresentados pelos promotores do caso foram atendidos, e a denúncia aceita.
Entre os réus, estão os jogadores de futebol Romário – que rescindiu contrato com o Vila Nova ano passado – e Gabriel Domingos – que também terá seu contrato rescindido com o clube após acusação. Embora os acusados não tenham sido presos, a Justiça determinou a citação dos réus para que respondam às acusações por escrito em, no máximo, 10 dias. Bruno Lopez, empresário apontado como líder da organização criminosa, foi solto no dia 19 de fevereiro.
Na sentença proferida pelo juiz, os promotores informaram que Romário teria aderido “de forma livre e consciente à conduta dos demais denunciados” e indicaram Gabriel Domingos como “o responsável pelo cometimento do pênalti” no primeiro tempo da partida entre Vila Nova e Sport – a qual está sob investigação por suposta manipulação.
Fraude em apostas esportivas na Série B: entenda o caso
O presidente do Vila Nova declarou, em uma coletiva de imprensa em fevereiro deste ano, que descobriu a participação do jogador Romário na suposta fraude por meio de uma denúncia feita pelos organizadores do esquema. O clube foi determinante para o começo das investigações, que apresentou a denúncia em novembro de 2022.
O caso envolve os jogos entre Vila Nova e Sport, Criciúma e Tombense e Sampaio Corrêa e Londrina, os quais teriam sido influenciados por uma ação em conjunto para fraudar o resultado e obter lucro superior a R$ 600 mil. Cada jogador receberia R$ 150 mil.
Conforme Bravo, logo após o jogo contra o Sport, o presidente recebeu a informação de que o jogador de 20 anos havia recebido R$ 10 mil para cometer a falta e de que receberia mais R$ 140 mil assim que o lucro das apostas fosse obtido.
“Essa pessoa nos relatou que a combinação era um pênalti no primeiro tempo de Sport x Vila Nova e outras duas partidas da mesma rodada (Sampaio Corrêa-Londrina e Criciuma-Tombense)”, explicou.
Disse, ainda, que “só se descobre quando dá errado. Vem o burburinho e aí você pesca. Tentou-se fazer em um jogo do Vila uma ação individual. Um jogador do Vila deveria fazer um pênalti, o que não aconteceu”.
A partir da denúncia do Vila Nova, o MP de Goiás iniciou a operação “Penalidade Máxima” e cumpriu mandados de prisão e busca em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. As investigações estão em andamento.