SBC Digital Day projeta como serão primeiros dias após regulamentação de apostas no Brasil

O tempo de jogo acabou em 2024, mas 2025 já promete muita emoção para o mercado regulamentado de apostas e jogos on-line no Brasil.

Hugo Baungartner (COO da Aposta Ganha), Eduardo Luqueze (COO da Betmais), Magnho José (jornalista do BNL Data), Leonardo Baptista (CEO da Pay4Fun), conversaram sobre as expectativas para a regulamentação brasileira a partir da virada do ano durante o SBC Digital Day no painel “Fim de jogo. Acabou o tempo. Janeiro está aí. O que esperar do mercado regulado (e do ilegal) no Brasil”, com mediação de Águeda Yoshii.

As expectativas para o mercado regulamentado são altas, mas há também certa incerteza por parte da indústria quanto às possíveis implementações que legisladores e órgãos reguladores podem fazer no mercado já regulamentado.

Para Hugo Baungartner, uma das maiores dificuldades é que a regulamentação é “algo bastante novo”. Segundo ele, mudanças de plataforma e novas portarias dão às operadoras relativamente pouco tempo para se adaptar a tudo que precisa ser feito, mas elas estão seguindo em frente e se preparando para entregar a melhor experiência possível até o fim do ano. “Já estamos prontos, sem uma oferta 100%, mas com uma oferta importante para nossos clientes”, afirmou.

Para o brasileiro, rir é o melhor remédio. O painel, apesar de tratar da seriedade da regulamentação, foi conduzido com leveza e dinamismo, algo que será definitivamente necessário ao longo da adaptação ao mercado regulamentado.

Eduardo Luqueze reforçou o trabalho que os funcionários das operadoras estão realizando no fim do ano para atender às demandas necessárias, a fim de manter a máquina funcionando e entregar a melhor experiência para o usuário.

Com os feriados se aproximando, assim como o bater da meia-noite do dia 1º, Leonardo Baptista, em tom bem-humorado, brincou que os ânimos ficam mais intensos para que todo o processo funcione tranquilamente na virada do ano. “É como a virada do milênio”, comparou.

Magnho, apesar do tom sério, arrancou risadas ao afirmar que “os primeiros dias vão ser caóticos, na minha opinião”. Ele fez também um apelo: “Vamos fazer uma analogia com um restaurante recém-inaugurado: os pratos saem frios, o atendimento está se ajustando. Ou seja, é um nível de complexidade tão grande… Vamos observar problemas nos primeiros dias, claro. Esperamos que a [Secretaria de Prêmios e Apostas] SPA seja generosa, porque ela também sabe o nível de complexidade, para que a subsecretaria sancionadora não puna os operadores”, completou.

Águeda então guiou a conversa para entender qual seria a virada de chave da regulamentação e quais críticas o painel faria ao formato regulatório.

Baptista, citando Magnho, afirmou que “deixaram o mercado crescer demais e operar demais de maneira irregular, vamos dizer assim. Então, como o gigante ficou muito grande, como você adapta o gigante? Esse vai ser o grande desafio da virada de chave”.

Luqueze trouxe os veículos de comunicação para a conversa, expondo ao painel questões sobre como a imprensa tem lidado com a regulamentação de apostas. Nos últimos meses, alguns tipos de mídia têm expressado descontentamento com a indústria de apostas, alarmando a população, em um movimento de crise que começou também com a publicação de estudos que, mais tarde, foram descreditados. Ele levantou a questão: será que não falta comunicação com o público para mostrar como o mercado regulamentado vai funcionar?

Apesar dessa questão, que revelou um ponto de tensão na comunicação brasileira, Magnho se mostrou otimista ao relembrar que “em todos os mercados que migraram do não regulado para o regulado, essa reação por parte da sociedade afetada foi igual. Não há diferença do que aconteceu no resto do mundo”.

Ele desenhou um cenário: “A partir do dia 1º de janeiro, teremos dados confiáveis, vamos poder separar o joio do tigre [tirando risadas do painel], e tenho certeza de que haverá uma oferta menor e uma demanda menor também, porque será uma fase de adaptação. Todos que hoje reclamam que foram afetados pelas ‘bets’ vão perder o discurso e a narrativa. Acredito que, a partir de janeiro, haverá um freio de arrumação, porque vamos ver dados confiáveis”, completou.

Ao fim do painel, o que ficou no ar foi a sensação de ansiedade pela vigência da regulamentação e o otimismo em relação ao que está por vir.

A partir do dia 1º de janeiro, o Brasil entrará em uma nova fase, quando o mercado verá efetivamente que o país não é para amadores, mas para aqueles apaixonados por entregar a melhor experiência possível ao cliente. O primeiro tempo desta partida acabou; o segundo está prestes a começar, e o SBC Notícias Brasil acompanhará de perto cada segundo emocionante deste jogo.