Os desenvolvimentos tecnológicos são o foco principal de qualquer empresa em meio à luta constante para se posicionar em mercados competitivos, e as possibilidades que a Inteligência Artificial (IA) oferecem atualmente chamam muito a atenção.
Esse foi o tema discutido na primeira edição do SBC Summit Rio, em que cinco especialistas se aprofundaram em como a tecnologia pode dar forma ao futuro da indústria, no porque tais modelos podem melhorar os protocolos de jogo responsável, na importância de utilizar corretamente os dados e muito mais.
“O problema com a IA é que possui tantos usos que nem conseguimos entender exatamente como podemos usá-la”, começou Hugo Llanos, diretor regional para as Américas da Altenar.
Ainda, destacou: “Tenho certeza de que aqui cada um tem uma visão diferente e uma forma diferente de fazer isso. Trata-se de dados e de como são utilizados”.
Para explicar essa questão, Llanos citou a participação e a segmentação do cliente, a experiência de usuário e a gestão de riscos como áreas cruciais que podem melhorar com o uso da IA, e destacou o entusiasmo pela forma como a tecnologia poderia evoluir ainda mais.
No entanto, apesar de inúmeros benefícios derivados da adoção da IA, Mateo Lenoble, diretor regional de Vendas para América Latina da Sportradar, relembrou rapidamente das possíveis implicações monetárias associadas a tal adoção.
“A IA, como foi mencionado, é um assunto muito, muito brilhante. Estamos investindo muito em IA, e uma das coisas mais importantes ao considerar a IA é que é uma combinação tecnológica, recursos humanos e muito investimento financeiro. É preciso investir muito dinheiro para ter uma IA de boa qualidade”, disse.
E disse: “Assim é como a IA ajuda os nossos clientes. Os proporcionamos conteúdo personalizado para seus parceiros, desde conteúdo dedicado até mercados dedicados, para que possam ter uma visão rápida daquilo que querem apostar e no que estão interessados”.
Embora reconheça que o debate em torno das soluções de IA não é novidade, Tommy Kearns, diretor-executivo e co-fundador da Xtremepush, optou por focar em um tema muito relevante, abordando como tais produtos podem ser uma introdução fundamental.
Para ele, “compreender o jogo responsável e prever quando um jogador pode estar tendo comportamentos problemáticos” nos permitirá “intervir com mensagens no momento certo para colocá-los em liberdade para jogar, por exemplo, e tirá-los de lá”.
“Portanto, a IA está se tornando popular. É muito importante. E muitos operadores a utilizam no dia a dia”, observou. E continuou: “Fazemos isso o tempo todo. O jogo responsável é um modelo de IA muito utilizado por muitos operadores e provedores de CRM. É uma maneira realmente boa de compreender e de prever o abuso de bônus ou o abuso no geral, ou prever que eles estão entrando em uma situação ruim”.
Depois, a empresa pode enviar mensagens, desviá-las para um tipo diferente de oferta. Por exemplo, se pagam para jogar, desviá-las para um jogo gratuito, “ou pode incluir algumas ferramentas de jogo responsável, mensagens, para que possam sair e ver essas ferramentas à medida que avançam. No entanto, esse é um modelo muito banal”, refletiu.
Em relação a isso, Ignacio Iturraspe, diretor de Vendas para América Latina da Stats Perform, optou por concentrar em um ponto similar: o tema de gestão de riscos.
“A IA está ajudando muito nisso. Uma das ferramentas mais importantes de ajuda à gestão de riscos é a atenção ao cliente, o fator de risco do cliente. O sistema detecta automaticamente os padrões de apostas e os riscos que representam. Além disso, alerta sobre quanto deveriam permitir apostar para maximizar o retorno”, explicou.
Iturraspe pontuou: “A Inteligência Artificial também está funcionando no back office do operador para ajudá-lo a maximizar sua marca”.
Em seguida, João Sobreira, diretor-executivo e co-fundador da Tipspace, mudou o foco para o conteúdo e como este pode oferecer aos jogadores uma experiência de entretenimento significativamente maior.
Lenoble aproveitou a oportunidade para dar mais detalhes, enquanto ilustrava seu ponto com um exemplo muito familiar e muito comentado sobre como os apostadores poderiam receber uma viagem verdadeiramente personalizada.
A Netflix pode ser um caminho já trilhado em termo de como a indústria pretende oferecer uma oferta verdadeiramente personalizada; no entanto, é aqui que o foco estava mais uma vez.
“Deixe-me dar alguns exemplos ou, talvez, oferecer uma imagem clara de como funciona a IA. Todos conhecem a Netflix, certo? Quando inicia uma sessão, começa a ver conteúdo personalizado para você. Então, seu conteúdo será diferente do meu”, começou.
“Depois que você assiste um filme, [a Netflix] começa a recomendar outros. Bem, as apostas esportivas são basicamente a mesma coisa. Uma vez que você se cadastra e começa a ver o conteúdo, elas se adaptarão à região em que você está. Assim que você realiza a primeira aposta, o sistema automaticamente começa a reconhecer as suas tendências, as coisas em que você gostaria de apostar, e começa a recomendar coisas que o sistema sugere que você irá gostar”, detalhou.
Sobre isso, destacou que essa tecnologia pode mostrar ao usuário conteúdo atrativo que possa interessá-lo. “Isso está gerando excelentes resultados, porque, como foi mencionado, o apostador quer ver o conteúdo rápido e claro. É assim que a IA funciona para nós”, afirmou.
Sendo assim, o que o futuro reserva para as casas de apostas no que diz respeito à constante evolução das soluções tecnológicas?
Para Kearns, a resposta está na autonomia: “O quão autônomo isso se torna é outra coisa, porque, você sabe, as apostas esportivas e os jogos on-line são um mercado altamente regulado”, respondeu.
“Todos adorariam ter uma casa de apostas totalmente autônoma, mas se você não tiver os controles e os equilíbrios corretos dentro dela, tudo pode dar errado muito rapidamente. Também atuamos no setor bancário, que penaliza e multa você. Nas apostas esportivas e nos jogos, a sua licença é revogada muito rapidamente. Então, acredito que a trajetória é de tornar as coisas mais autônomas, mas quem sabe onde isso irá chegar”, apronfundou.
Ao finalizar sua própria participação, Llanos decidiu adotar uma perspectiva otimista ao observar como os jogadores poderiam raciocinar antes de um cenário tão dinâmico.
“Vamos ter em mente que estamos no ramo de entretenimento. Isso é o que fazemos, nós divertimos as pessoas. Isso é tudo, esse é o núcleo. Como decidem se divertir com a troca ou a forma tradicional de apostas esportivas. Não acredito que haja um melhor que outro, são apenas maneiras diferentes de fazer isso. E se uma empresa está disposta a oferecer aos clientes diferentes formas de entretenimento, está tudo bem. Os clientes definirão qual deles gostam. Realmente não sei se um prevalecerá sobre o outro. Acho que há espaço para todos e há espaço para diferentes formas de as pessoas encontrarem entretenimento até dentro do esporte”, concluiu.
SBC Summit Rio 2025
O SBC Summit Rio estará de volta entre os dias 25 e 27 de fevereiro de 2025. Mais informações sobre a segunda edição do evento podem ser encontradas no novo site do SBC Summit Rio 2025.
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