Uma nova investigação foi deflagrada pelo MP-GO na terça-feira (18). A Operação Penalidade Máxima II revelou que ao menos seis partidas da Série A do Brasileirão de 2022 foram identificadas como parcialmente fraudulentas.
Com a repercussão dos casos, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) manifestou-se sobre o assunto. Por meio de nota, a entidade disse que apoia a iniciativa do MP de Goiás, mas não irá cancelar os jogos em suspeição.
“A CBF trabalha diariamente para combater a manipulação de resultados no futebol […] e informa que tem contrato com a Sportradar, líder mundial em prevenção, detecção e inteligência na preservação da integridade dos jogos, para monitorar e garantir proteção em relação a fraudes esportivas […]. Por ora, o caso não foi julgado e as denúncias tratam de situações que não interferiram no resultado final das partidas […]. Não existe a possibilidade de cancelamento dos jogos”, afirmou o comunicado.
Em entrevista ao EXTRA, a CBF declarou que está trabalhando ao lado da FIFA e da CONMEBOL na elaboração de ações de combate à manipulação de resultados. Contudo, a FIFA entende que a manipulação de apostas é um problema global. O planejamento é unir CBF e outras confederações para que recebam suporte internacional para monitorar e proteger as partidas de futebol, cujas medidas serão divulgadas ao público em breve.
Os jogos sob investigação atual do MP-GO são Santos e Avaí (5/11/2022), Bragantino e América-MG (5/11/2022), Goiás e Juventude (5/11/2022), Cuiabá e Palmeiras (6/11/2022), Santos e Botafogo (10/11/2022) e Palmeiras e Juventude (10/11/2022).
Entenda o caso
Após denúncia de Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) iniciou a Operação Penalidade Máxima para investigar um esquema de fraude em apostas esportivas em jogos da Série B do Campeonato Brasileiro no final do ano passado.
À época, Bravo declarou à imprensa que soube da participação do jogador Marcos Vinicius Alves Barreira (Romário) a partir da própria organização criminosa. Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de Goiás, de Minas Gerais, de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Os jogadores Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, atualmente no Cuiabá), Gabriel Domingos (ex-Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, atualmente no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, atualmente em Sepahan, no Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, atualmente no Operário-PR) foram indiciados e respondem aos processos em liberdade.