IBIA apresenta estudo a favor da regulamentação liberal das apostas esportivas

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A International Betting Integrity Association (IBIA) apresentou o estudo “A disponibilidade de produtos de apostas esportivas: uma análise econômica e de integridade”, que aborda as diferenças entre mercados com regulamentações liberais e aqueles com mais restrições.

O relatório foi elaborado junto à H2 Gambling Capital, que forneceu dados de mercado de diversas associações ao redor do mundo, incluindo do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR).

Conforme concluiu a pesquisa, os mercados em que há maior disponibilidade de operadores locais têm um maior número de utilizadores nessas plataformas.

A IBIA explicou que esta é a chamada “taxa de canalização”, que é desproporcionalmente afetada por mercados específicos, como o do futebol e do tênis, em algumas regiões. Segundo o estudo, o aumento da taxa de canalização local favorece um ambiente de jogo seguro, reduzindo o risco de fraude esportiva.

“Embora politicamente atraente, este estudo confirma que as restrições às apostas são um instrumento agressivo e contraproducente”, analisou o CEO da IBIA, Khalid Ali.

“Eles não impedem as apostas, apenas levam-nas para o mercado não regulamentado, em que surge a maior parte dos problemas de integridade esportiva. As conclusões são claras: se pretende-se proteger os consumidores e o esporte dos corruptos e, ao mesmo tempo, maximizar as receitas fiscais, então é essencial permitir uma vasta gama de produtos de apostas esportivas”, observou Ali.

Um dos mercados destacados no relatório é o Brasil, prestes a estabelecer sua regulamentação definitiva. Como apontaram, “um quadro regulatório com alta disponibilidade de produtos locais de apostas esportivas geraria US$ 34 bilhões em faturamento”. Isso implicaria um nível de receita bruta do jogo (GGR) de US$ 2,8 bilhões até 2028.

Se houvesse um enquadramento mais restritivo, o Brasil poderia perder um volume de US$ 18 bilhões, os quais seriam gastos no exterior, gerando uma perda de bilhões em impostos entre 2025 e 2028.

David Henwood, diretor da H2, analisou: “Sempre recorremos aos dados. Há muita especulação de que uma das principais razões pelas quais os clientes utilizam sites de apostas offshore é porque eles oferecem uma gama mais ampla de produtos do que os disponíveis em território nacional. As descobertas do estudo reforçam essa visão. Limitar a escolha dos tipos de apostas locais (incluindo apostas ao vivo) é basicamente contraproducente. Há muito a ser aprendido aqui em termos de regulamentação de melhores práticas”.