O diretor de operações da Leadstar Media, Jacob Ljunnggren, conversou com a SBC News sobre a sua expansão com uma filial na América Latina e como a regulamentação de marketing pode afetar as operações da empresa.
Leadstar Media sobre a América Latina
SBC News: Qual é a estratégia de operação da Leadstar Media na América Latina e em quais mercados vocês operam na região?
Jacob Ljunggren: Nossa estratégia de operação se mantém constante em todos os mercados em que atuamos. O objetivo da Leadstar Media é fornecer o melhor recurso para as pessoas que desejam encontrar um site de apostas no seu país. Criamos sites do zero e utilizamos nosso conhecimento acumulado para sermos competitivos no mercado de busca orgânica, principalmente no google.
Na América Latina, seguimos a mesma abordagem de outras regiões, o que significa que priorizamos ter membros na equipe que compreendam a cultura local de apostas esportivas. Acreditamos que essa compreensão do mercado em combinação com a nossa estratégia global é a chave para a criação de um website de sucesso.
Atualmente oferecemos nossos serviços para jogadores no Brasil, Peru, Colômbia, México, Chile e Argentina.
SBC News: Em toda a América Latina, reguladores e legisladores estão impondo padrões de publicidade mais rígidos, semelhantes aos de outros mercados globais. Até que ponto isso limita as operações da Leadstar Media?
J.L: Sou da opinião que uma regulamentação rígida é boa, mas uma regulamentação incorreta é ruim. Muitas vezes, regulamentação rígida e incorreta têm sido sinônimos. Em vários dos outros mercados em que atuamos, observei que focar demais na proteção dos jogadores saiu pela culatra e levou a uma crescente do mercado paralelo.
Mas é uma pergunta difícil. É complicado regular de forma inteligente com a tecnologia que temos hoje. A internet é rápida, enquanto a regulamentação é lenta. De qualquer forma, pode ser um tema mais adequado para falarmos em outro momento.
Para nós, os padrões de publicidade podem ter um impacto. Mas eles não deveriam nos afetar diretamente, já que nos concentramos muito no tráfego de busca orgânica, principalmente através do google.
Nós ajudamos as pessoas a encontrar sites de apostas e, se houver limitações na publicidade, por exemplo, de bônus de boas-vindas, isso elimina um aspecto importante daquilo em que ajudamos os utilizadores. A consequência é que a qualidade do nosso serviço será limitada.
Esse é um tipo de regulamentação que pode levar a um aumento do mercado paralelo, uma vez que as entidades que operam fora do sistema não cumpririam com tais restrições. Os jogadores poderiam não saber que existe uma diferença entre operadoras regulamentadas e não regulamentadas, e acabar num local que as autoridades não pretendiam.
SBC News: Como a Leadstar comercializa para novos jogadores em um ambiente com regulamentação mais rígida?
J.L: Geralmente não alteramos nenhum fundamento em um mercado que possui regulamentação mais rígida. Continuamos focados nas procuras do google e nos adaptamos às quaisquer restrições de mercado que os reguladores decidam.
SBC News: Os mercados regulamentados, por definição, oferecem enormes oportunidades à medida que se abrem. Quais são seus planos para o Brasil quando o mercado finalmente abrir em 2025?
J.L: O brasil já tem sido um grande mercado nos últimos anos e para nós, o objetivo de ajudar os brasileiros a encontrar o melhor site de apostas continua o mesmo. É claro que a regulamentação trará algumas alterações ao nosso produto, já que se espera que o número de operadoras licenciadas seja bastante baixo, pelo menos num primeiro momento.
E como acontece com qualquer mercado recentemente regulamentado, provavelmente levará algum tempo para que tenhamos clareza sobre o que será ou não permitido e isso afetará a estratégia que estabelecemos.
No entanto, estamos muito entusiasmados e sempre acreditamos que alterações em um mercado levam a oportunidades para encontrar novas formas de melhorar nossos produtos.
SBC News: O Peru também passou pela regulamentação do mercado de jogos on-line e apostas esportivas. Vocês têm planos para começar a operar por lá?
J.L: Já estamos lá com o nosso portal em espanhol: miscasasdepauestas.com/pe!
Minha sensação é a de que o mercado peruano é o mercado da América Latina em que os interessados têm sido mais positivos, fora o Brasil. Acho que é porque, na região, o Peru parece ter o melhor equilíbrio entre diferentes fatores.
Eles têm uma grande população, o futebol é enorme e o acesso à internet e uso de smartphones têm aumentado.
O mesmo poderia ser dito de outros mercados regulamentados, como Colômbia e Argentina. Mas a diferença aqui é que o mercado colombiano de apostas esportivas é menor em termos de interesse do público e a Argentina tem o processo em vigor com todas as províncias, o que o torna mais complicado.
SBC News: Quais processos vocês possuem para garantir o cumprimento de todas as regulamentações e diretrizes de marketing na América Latina?
J.L: Fazemos questão de acompanhar todas as notícias para que possamos fazer rapidamente todas as mudanças necessárias nestes mercados. Tendo em conta que focamos principalmente no tráfego de pesquisa orgânica, não temos muitas regras de publicidade que precisamos cumprir – que são exigidas em outros canais.
Também estamos trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros, as operadoras. A comunicação frequente nos permite implementar rapidamente toda e qualquer alteração que é solicitada pelo marco regulatório.
SBC News: O aumento da regulamentação tem algum impacto no relacionamento com os seus parceiros? Eles precisam ter ainda mais cuidado com o conteúdo que é publicado?
J.L: Não é a nossa primeira experiência nesse sentido! Vimos um aumento da regulamentação em vários mercados e tivemos que nos adaptar às novas exigências. O mais importante é ter um excelente relacionamento com as operadoras, o que conseguimos manter ao longo de todas essas mudanças
Na primeira fase da regulamentação, normalmente é necessário compreender o que ela realmente significa na prática e, a partir disso, o mercado precisa se auto-ajustar.
As operadoras também podem ter ligeiras diferenças na interpretação das regras em alguns mercados, o que significa que, como consequência, tenhamos que nos adequar. Isso, no entanto, não é um problema. Somos rápidos para fazer as alterações necessárias.
SBC News: De modo geral, vocês são a favor do aumento da regulamentação imposta aos afiliados no que diz respeito ao marketing?
J.L: Sim. No entanto, como mencionei anteriormente, sou a favor de uma regulamentação forte, e não de uma regulamentação ruim. Penso que é perigoso quando a regulamentação cria incentivos para entidades do mercado paralelo por conta das limitações impostas àqueles que realmente estão tentando atuar dentro da legalidade. Precisamos encontrar o ponto de equilíbrio para proteger os jogadores ao mesmo tempo em que permitimos que as operadoras e os afiliados tenham acesso às ferramentas necessárias para criar um produto competitivo.
SBC News: Como vocês equilibram a necessidade de adquirir novos jogadores ao mesmo tempo que continuam seguindo as normas? Existe alguma estratégia específica para a América Latina ou vocês seguem uma abordagem global?
J.L: É claro que o nosso sucesso comercial depende da aquisição de jogadores, mas cumprir a regulamentação e fornecer aos jogadores da região as melhores e mais precisas informações é a nossa prioridade. A aquisição de jogadores é consequência da nossa oferta.
Essa é a nossa abordagem global e, com a experiência que temos em muitos mercados europeus, temos plena confiança nesta estratégia.