Lula fala em regular mercado de apostas para conter endividamento dos mais pobres

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o papel do governo federal na contenção do endividamento dos mais pobres no Brasil durante sua participação na mesa “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, que foi realizada à margem da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. O evento foi promovido pelo Brasil e pela Espanha ontem, 24.

“Hoje, através de um celular, o jogo está dentro da casa da família, está dentro da sala. Nós estamos percebendo agora no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro fazendo aposta. E esse é um problema que nós vamos ter que regular, porque, senão, daqui a pouco, vamos ter os cassinos funcionando dentro da cozinha de cada casa”, disse em seu discurso.

A fala de Lula se dá após o relatório do Banco Central (BC), solicitado pelo senador Omar Aziz, afirmar que somente em agosto deste ano, pelo menos R$ 3 bilhões vindos de beneficiários do Bolsa Família teriam sido destinados a casas de apostas via Pix.

O órgão mostrou que 5 milhões de beneficiários teriam destinado parte da renda para apostas. A estimativa do BC é que 15% do valor aplicado permaneceu com as casas de apostas, e os outros 85% voltaram em forma de prêmio para apostadores.

Para Lula, o grande problema das apostas é a monetização baseada em “mentiras”. “A gente está vendo uma loucura. A monetização da mentira pela rede digital. Com gente ficando bilionário, milionário. O que estamos vendo no país como o Brasil são os jogos de aposta.”

As apostas foram legalizadas em 2018 durante a gestão do então presidente Michel Temer pela Lei nº 13.756/2018. Além disso, já estão em vigor regras de publicidade responsável publicadas pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) no Anexo X.