MP-GO defende criação de plataforma contra manipulação no futebol

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Nesta semana, integrantes do Ministério Público de Goiás (MP-GO) defenderam a cooperação entre órgãos públicos e entidades esportivas para prevenir e para combater a manipulação em futebol.

Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas sobre a Operação Penalidade Máxima, instaurada pelo MP-GO no final de 2022 que investigou um grupo acusado de oferecer dinheiro para jogadores de futebol receberem cartões em campo, os requerimentos para as oitivas foram apresentados pelos senadores Jorge Kajuru, do PSB de Goiás, presidente da Comissão, e por Romário, do PL do Rio de Janeiro.

Como testemunhas, estavam Cyro Terra Peres, procurador-geral do MP-GO, e o promotor Fernando Martins Cesconetto, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-GO e um dos responsáveis pela operação.

Peres pontuou que “a capilaridade e a proximidade” que os Ministérios Públicos e as polícias estaduais possuem com os fatos são portas de entrada de informação muito importantes e que o Brasil deveria ter, como em outros países, uma plataforma para reprimir manipulação de resultados.

“Eu creio que se nós criássemos, como já existe em outros países, uma espécie de plataforma nacional que permitisse detectar, reprimir e punir esse tipo de fato, com Ministério da Justiça, Ministério da Fazenda, Ministérios Públicos, Polícia Federal, Polícia Civil e as entidades esportivas, isso faria com que a informação fluísse de uma maneira rápida e chegasse às autoridades com capacidade de apuração”, comentou Peres.

Embora o Brasil esteja se preparando para combater esse problema, ainda faltam iniciativas que garantam a prevalência da integridade esportiva, conforme ressaltado por Cesconetto. Ainda, salientou a adesão do Brasil à Convenção de Macolin, que trata do combate à manipulação de resultados esportivos e conta com a participação de 60 países.

“É necessário que as autoridades conversem como é feito no âmbito federal: a Polícia Federal, a Interpol, mas também as demais autoridades. Então uma ratificação dessa convenção traria instrumentos jurídicos válidos para as autoridades brasileiras poderem agir com a celeridade necessária e com foco o espírito de cooperação que marcam essa própria convenção”, defendeu Cesconetto.

Manipulação no futebol: operação Penalidade Máxima

Em 2023, a Operação Penalidade Máxima investigou casos de manipulação de resultados em jogos da Série B, os quais foram fraudados no final de 2022. À época da denúncia dos fatos, oito jogadores de diferentes clubes foram indiciados: Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, atualmente no Cuiabá), Gabriel Domingos (ex-Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, atualmente no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, atualmente em Sepahan, no Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, atualmente no Operário-PR).

Em abril de 2023, o MP-GO emitiu e cumpriu uma série de mandados de prisão e de busca e apreensão por casos de fraude em apostas e manipulação de resultados na Série A do Campeonato Brasileiro e em cinco campeonatos estaduais – incluindo os de Goiás, do Rio Grande do Sul, do Mato Grosso e de São Paulo.

A Operação Penalidade Máxima II envolve os jogadores Victor Ramos, do Chapecoense, Igor Cariús, do Sport, Gabriel Tota, do Ypiranga-RS, Kevin Lomónaco, do Bragantino, e um jogador cujo nome não foi revelado.