SBC Summit Rio: líderes da indústria de apostas debatem sobre o potencial do mercado brasileiro

SBC Summit Rio

O SBC Summit Rio 2024 trouxe especialistas para conversar sobre o futuro do Brasil na indústria de apostas esportivas, após o país dar o primeiro passo rumo à regulamentação do setor. O painel “SBC Leaders: admirável mundo novo” analisou o enorme potencial do maior novo mercado do continente. A sessão, que aconteceu no primeiro dia de conferência do evento, foi patrocinada pela Genius Sports.

Moderado por Waldir Marques, diretor de Assuntos Regulatórios da WA.Technology, Fillipe Fraga, diretor de Negócios da EstrelaBet, Lívia Troise, CEO da Betmais, Andre Gelfi, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) e sócio-gerente da Betsson no Brasil, e Marcos Sabiá, CEO do Galera.bet, debateram como os operadores, locais e internacionais, assim como a sociedade em geral, colherão os benefícios da nova legislação. 

Para Marques, apostar está na essência do brasileiro, e o país está entre os maiores mercados do mundo – se não o maior de todos. Para iniciar, o moderador introduziu o assunto sobre os desafios que as empresas enfrentam para promover a integridade da indústria de apostas e de jogos.

Segundo Troise, atualmente, há dois principais desafios que os operadores precisarão combater: “lidar com a clandestinidade” e “reeducação do público”. Para a CEO da Betmais, a regulamentação funcionará se os operadores e o Estado trabalharem em estreita colaboração junto ao apoio da sociedade.

“A minha única crítica em relação à regulação em como ela está escrita é em relação à tributação de jogador”, afirmou Troise.

Ressaltou, ainda, que, em um novo mercado com crescimento exponencial e sem regras, a publicidade é ilimitada. Então, é fundamental que os operadores e o Estado reforcem que a indústria de apostas esportivas e de cassino on-line não é “renda extra” e, muito menos, “para ficar rico”, uma vez que deve ser encarada como, apenas, entretenimento.

Gelfi acredita que o mercado brasileiro apresentou um grande progresso com o início da regulamentação. Em relação ao jogo responsável, o presidente do IBJR afirma que “só é viável a partir de um marco regulatório interessante, porque, se não for competitivo, você não vai ter a formalização de uma indústria, você não vai ter a capacidade do investidor, do empresário, do operador de, de fato, trabalhar dentro de uma proposta de valor que seja competitiva, e o mercado paralelo acaba triunfando”.

“A gente teve um retrocesso com o veto dos três artigos que disciplinavam como seria a arrecadação do Imposto de Renda (IR)”, alegou Gelfi. Conforme explicou, a tributação deve ser feita sobre a renda e não sobre o capital.

Ao direcionar o debate para os custos de operação, Fraga afirmou que o valor da licença operacional é alto e, levando em consideração os demais investimentos dentro do mercado, acaba deixando uma dúvida se são valores realmente viáveis a longo prazo para a indústria.

“Eu me preocupo muito”, disse o CBO da EstrelaBet. “Tem muitas empresas que estão, hoje, no Brasil, com uma operação em marcha lenta, aguardando essa regulamentação”, afirmou Fraga, além daquelas que estão prontas para ingressar no novo mercado de apostas e, ainda, aquelas que já estão atuando com força no país. 

“Todas elas [as empresas] aguardando como vai funcionar essa função da regulamentação”, acrescentou o especialista, principalmente a questão da licença, que pode vir a ser um grande empecilho para a indústria nacional, mais ainda se limitado ao período de três anos, comentou Fraga. 

Para ele, o mais indicado seria uma licença operacional de cinco anos, embora acredite que o ideal atingisse o período de dez anos, e reforçou a cobrança adequada de taxas e impostos. 

Além de aspectos econômico-financeiros, Sabiá reforçou que há outras questões fundamentais para manter um mercado robusto e íntegro, como a “estrutura societária” das empresas e as suas capacidades de responder aos desafios do mercado.

Para o executivo, o mercado brasileiro está avançando “no sentido de uma regulamentação proposta bastante robusta”.

“Sem dúvida nenhuma, nós vamos ter uma mudança significativa nesse mercado, quando eu penso em número e perfil de empresas, porque, de fato, é uma regulamentação que exige que essas empresas tenham capacidade de responder a esses desafios”, acrescentou Sabiá.

Segundo o CEO do Galera.bet, a manifestação de interesse de operadores que pretendem obter licença operacional brasileira já demonstra que o setor terá uma redução no número de empresas e que “o mercado vai passar por uma consolidação”. 

“[O Brasil] é um mercado desejado, é atraente e, ainda em processo de regulamentação, já desperta o interesse do mundo. Mas que esse mundo, que nós queremos trazer para cá, que é um mundo que não vive na ilegalidade, que tem preocupação em trazer externalidades positivas ao país, seja por meio de impostos, de geração de emprego qualificado. Esse mundo quer regras claras”, afirmou Sabiá.  

Sobre o SBC Summit Rio 2024

O SBC Summit Rio aconteceu no Windsor Convention & Expo Center, no Rio de Janeiro, entre os dias 5 e 7 de março de 2024. A partir de 2025, o SBC Summit Rio se mudará para o Riocentro, principal espaço de eventos da cidade, para aumentar a capacidade para 10 mil profissionais de esportes e jogos on-line e nada menos que 400 expositores e patrocinadores, entre os dias 25 e 27 de fevereiro de 2025.

Para acomodar o número crescente de expositores, a SBC organizará o piso de exposição da feira em áreas dedicadas a cassinos, jogos on-line e apostas esportivas, além de profissionais de pagamentos e fintech, e sediará o Affiliate Leaders Summit para atender aos milhares de afiliados e de participantes de marketing esperados no próximo ano.

Os participantes do evento podem assistir ao conteúdo on-demand aqui.