CBF retira-se do processo de regulamentação das apostas

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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em seu empenho de se inserir no mercado local, manifestou-se sobre sua participação no processo de regulamentação das apostas esportivas no país.

Hoje (segunda-feira, 18), a CBF explicou que sugeriu alterações para melhorar a regulamentação das apostas durante as reuniões que realizou na sede da Confederação e no Ministério da Fazenda.

Diante de diversas reviravoltas envolvendo tanto a entidade quanto clubes importantes do futebol nacional – que se opuseram ao intermédio da Confederação nas negociações -, a CBF pediu o cancelamento das reuniões que poderia ter com o ministério de Fernando Haddad.

Em nota oficial, a CBF declarou: “Todas as sugestões solicitadas e apresentadas ao Ministério da Fazenda não foram para tratar dos interesses de determinados clubes, mas, sim, para atender às expectativas da sua totalidade, composta de, aproximadamente, 800 clubes de futebol presentes em todo o país”.

Ao finalizar o comunicado, a Confederação esclarece seu posicionamento atual, demonstrando descontentamento com a maneira com a qual a situação está sendo tratada.

“Diante de posições nada produtivas sobre o tema, a CBF considerou mais conveniente e proveitoso solicitar, na data de hoje, o cancelamento de qualquer agenda de reunião eventualmente prevista com o referido ministério, permanecendo, no entanto, à disposição do Exmo. Sr. Ministro da Fazenda, no momento que julgue mais conveniente, para voltar a tratar do tema das apostas de quota fixa, sempre na perspectiva de defender e preservar os mais elevados interesses de todo o futebol brasileiro”, finalizou o comunicado.

As propostas da CBF

Uma das sugestões da CBF inclui aumentar o percentual de receita que o futebol receberia – passando de 1,63% para 4% sobre a arrecadação. Os valores seriam distribuídos em 20% (para a CBF) e 80% (para os clubes). No entanto, esta alteração pode levar as empresas a incorrer em prejuízos financeiros, uma vez que os valores de evasão podem ser superiores aos da receita.

A CBF garantiu que a sua participação se justificaria pela cessão de direitos e sustentou que, pela necessidade de aumentar a segurança contra a manipulação de resultados, a participação dos clubes poderá passar para um valor “20 vezes maior ao previsto na atual legislação”.

A criação de mecanismos de controle e monitoramento das atividades de apostas no Brasil é outra proposta da CBF. Para a entidade, é “algo completamente inexistente” no regulamento, mas “altamente necessário”. Assim, reafirmou que a solicitação feita é para “garantir a integridade das nossas competições, na luta permanente contra as manipulações de resultados”.

A CBF garante que realiza seus processos com transparência

Em reunião realizada no final de março, a Confederação disse que apresentou aos clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro e às federações estaduais todas as conversas, “de forma completamente transparente”, que manteve com o Governo Federal.

Ainda, teria esclarecido que as sugestões foram feitas a pedido do Ministério da Fazenda “em caráter provisório, sujeitas, portanto, a eventuais revisões”, e prometeu que acompanharia o processo de perto.

“Não é verdadeira a informação de que a CBF cuida somente da administração da Seleção Brasileira. O art. 5º do seu Estatuto é claro: por força de sua filiação à FIFA e à CONMEBOL, a CBF é a única entidade brasileira autorizada, de forma exclusiva, a dirigir e controlar o futebol no território brasileiro, e a ela compete representar com exclusividade o futebol brasileiro junto à FIFA, CONMEBOL, COB ou perante quaisquer outros órgãos ou entidades, em conformidade com suas disposições estatutárias e regulamentares”, escreveu a CBF.

Duas semanas atrás, no dia 5 de abril, clubes do eixo Rio-SP enviaram nota ao Ministério da Fazenda reivindicando participação direta no processo de regulamentação das apostas e solicitaram audiência – a qual ocorreu terça-feira, 11.