O CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) emitiu uma advertência à casa de apostas Blaze e à influenciadora Maya Massafera por campanhas publicitárias que, segundo o órgão, induzem o público ao erro ao prometer bônus financeiros.
A decisão, que foi unânime, também recomendou a suspensão imediata dos anúncios, que traziam frases como “vou te dar até R$ 1 mil” e “clique aqui para ganhar R$ 1 mil”. O relator do caso avaliou que as mensagens podem levar o consumidor a acreditar que o simples cadastro ou depósito garantiria um valor em dinheiro, o que não condiz com a realidade, segundo informações da coluna de Lauro Jardim (O Globo).
“A propaganda não é clara nem transparente. Dá a entender que o bônus será automaticamente creditado e poderá ser sacado, o que não é verdade. Isso pode levar o consumidor ao erro, especialmente quem não conhece o funcionamento dessas plataformas”, destacou o parecer.
O processo foi aberto por iniciativa do próprio CONAR, após identificar irregularidades nos anúncios. Além das promessas de bônus, o órgão também apontou falhas na exibição das mensagens obrigatórias sobre restrição etária e os riscos do jogo, que apareceram em tamanho reduzido na página inicial da Blaze.

Em 2024, empresas do segmento de apostas e jogos on-line foram as campeãs de punições nos julgamentos realizados pelo órgão. De acordo com informações publicadas no site do órgão, dos 188 processos finalizados com penalidades, 42 envolviam anunciantes da indústria, número que representa 22,3% das punições totais.
Em sua defesa, a Blaze afirmou que está em fase de adaptação às novas normas e que já iniciou a implementação de medidas como o bloqueio de acesso por idade no site e nas redes sociais.
A influenciadora Maya Massafera teria alegado que atua com responsabilidade e ética em suas comunicações e que não teve intenção de enganar o público. Segundo sua equipe, a divulgação dos bônus foi feita de maneira transparente, dentro do que se entendia como adequado.
Mesmo assim, o CONAR entendeu que houve falha na forma como as informações foram apresentadas. O relator do caso considerou a infração grave o suficiente para justificar a advertência formal, além da retirada imediata das peças do ar.
Caso Blaze: operadoras podem ser suspensas por não seguir regras
Durante uma sessão da CPI das Bets, Sergio Pompilio, presidente do CONAR, defendeu a atuação conjunta entre setor privado e público na regulamentação de propagandas irregulares de casas de apostas.
Para Pompilio, a publicidade realizada por influenciadores digitais é um dos maiores desafios.
“Está em construção um ‘sistema de consequências’ em que [os casos problemáticos identificados pelo CONAR] vão gerar uma lista para a secretaria, que tem o poder de polícia, para que outras medidas sejam tomadas. Muito provavelmente, a consequência, além da multa, será a suspensão da autorização [da licença de operação]”, afirmou Pompilio.