e-Sports: patrocínio em apostas deve trazer integridade às modalidades

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A cada quatro brasileiros, três jogam e-Sports, representando aproximadamente 74% da população. As apostas nessa modalidade tornaram-se populares nos últimos anos, e o congresso segue monitorando a situação, uma vez que está prestes a aprovar o Projeto de Lei (PL) nº 3626/2023 que regulamenta as apostas de quota fixa no país.

Felipe Senna Goepfert, sócio do escritório Jantalia Advogados e especialista em Direito de Jogos, afirma que as pautas em discussão no Senado são relevantes para o desenvolvimento da indústria em relação ao setor econômico do país. 

“Esses eventos se consolidam como uma forma competitiva profissional de um dos setores mais promissores do mundo no entretenimento, o setor de jogos, que ora se encontra mais lucrativo que o próprio setor de cinema”, comentou Senna. 

Ainda, acrescentou: “A possibilidade de aposta nesses eventos traz várias oportunidades e viabilidade de patrocínio”.

Conforme os dados da consultoria Newzoo, o Brasil está entre os dez maiores mercados de jogos eletrônicos do mundo. Em 2022, foram mais de 100 milhões de jogadores que gastaram US$ 2,7 bilhões em apostas em e-Sports. Até 2025, a expectativa é de que os brasileiros consumam até US$ 3,5 bilhões. Além disso, o Brasil movimenta R$ 13 bilhões e fatura R$ 1,2 bilhão por ano.

Em relação ao patrocínios de empresas para apostas em e-Sports, Senna afirmou: “Como nos esportes tradicionais, é importante difundir nos esportes eletrônicos as boas práticas, como a integridade do esporte. E que esses players que estão diretamente vinculados às competições profissionais dos esportes eletrônicos não estejam ligados a apostas esportivas nem a pessoas que podem influenciar no resultado”.

“É importante trazer essas práticas de integridade aos jogadores para garantir uma ausência de eventuais manipulações de estatísticas e resultados de partidas, para que os e-Sports tenham uma respeitabilidade na indústria como um todo”, refletiu Senna.

O advogado também afirmou que boa parcela dos jogadores é formada por menores de 18 anos, e é fundamental “endereçar práticas para que o menor não aposte e fique apenas no jogo”.

Tendo em vista que uma parcela dos jogadores tem certa tendência patológica em relação ao jogo, pondera Senna, “isso pode ser um gatilho de transtorno de comportamento para o jogo compulsivo ou patológico”.