Ozric Vondervelden, cofundador da Greco – plataforma de gerenciamento de risco de jogos –, avalia, ao SBC Media, a ameaça do abuso de bônus pouco antes de sua participação no SBC Summit Latinoamérica. Dessa forma, adverte que uma série de violações de dados expôs a identificação fiscal dos cidadãos e deu aos fraudadores a capacidade de escalar o abuso de bônus em centenas de milhares de identidades.
A indústria brasileira de jogos on-line encontra-se, sem dúvida, entre os mercados mais difíceis de navegar no que diz respeito ao abuso de bônus. O desafio é ampliado devido à fraude cometida por afiliados, em que os sócios CPA tiram proveito de plataformas como o YouTube para promover o abuso de bônus e para direcionar os jogadores a grupos privados no Discord e no Telegram para orquestrarem os ataques.
Uma série de violações de dados, que expõe a identificação fiscal dos cidadãos, permitiu que os fraudadores escalem o abuso de recompensas em centenas de milhares de identidades. Além disso, diversos operadores do mercado foram afetados por erros de integração e a alguns jogos que falharam. Essa vulnerabilidade tem sido o alvo de muitos fraudadores que recebem o dobro do que os jogadores ganham.
Um dos maiores problemas enfrentados pelo mercado é o abuso de caça-níqueis de persistência. São títulos que facilitam o armazenamento de valor dentro da mecânica do jogo. Os fraudadores podem usar esses jogos para armazenar fundos de bônus que, depois, são liberados como dinheiro, prejudicando os requisitos de apostas durante o processo.
Esse processo de abuso, habitualmente, converte aproximadamente 90% de bônus em dinheiro – em comparação aos 10%-20% que normalmente são pretendidos. Existem mais de 1.500 de jogos desse tipo, o que representa 20% de todos os lançamentos. Em colaboração com a Kaizen Gaming, publicamos um estudo de caso que demonstra a magnitude desse problema no Brasil. Pudemos identificar e prevenir perdas milionárias durante o primeiro mês de análise.
Outro grande problema que estamos vendo é o armazenamento de dinheiro, que afeta aproximadamente 70% dos operadores. Trata-se de um processo para esconder dinheiro em espécie em rodadas de jogo não resolvidas, a fim de garantir uma chance de obter bônus sem riscos. Como o jogador não arrisca seu dinheiro, o valor total do bônus aumenta drasticamente.
Testamos mais de 200 mecanismos de bônus em todo o mundo e descobrimos que 80% deles possuem um ou mais erros que podem ser explorados para converter prematuramente os bônus em dinheiro em espécie. É evidente que os fraudadores no Brasil são, particularmente, hábeis para descobrir essas falhas.
Esses riscos combinados causam, com razão, muita ansiedade no processamento de saques. E a reação da maioria dos operadores no Brasil é revisar manualmente as contas dos jogadores para detectar qualquer risco relacionado ao jogo. E não se trata apenas do Brasil: nossos dados mostram que esses problemas estão tendo um efeito cascata em outros países da América Latina.
Recentemente, conversei com um operador que revisa manualmente o movimento dos jogadores que realizam saques. Uma tarefa desse tipo exige a atenção de nada menos que 97 pessoas, o que equivale a 116.400 horas mensais. Entretanto, uma quantidade significativa de abuso de bônus segue passando despercebida.
Tendo conversado com dezenas de operadores do mercado, é evidente que se trata de um problema generalizado. É amplamente reconhecido que os saques rápidos desempenham um papel crucial na construção de fidelidade à marca, mas as revisões manuais continuam a atrasar os saques.
As revisões manuais não são apenas trabalhosas – não possuem consistência. Os desafios incluem lacunas de conhecimento, erros humanos e aumentos repentinos de solicitações de saque. Para gerenciar a carga de trabalho, os operadores definem limites arbitrários para as revisões manuais, o que, lamentavelmente, permite que uma quantidade significativa de abuso não seja controlada. Essa situação fomenta o abuso de bônus, o que leva a condições mais rígidas, bônus cada vez menores e uma experiência de usuário diminuída.
A aplicação de sanções depois de um incidente, geralmente, envolve medidas duras, como confiscos. Essas ações podem manchar a reputação de uma marca e punir involuntariamente os jogadores que desconhecem os termos e condições.
Diante desses desafios, a necessidade de uma solução inovadora é evidente. Nossos dados demonstram, claramente, que as notificações oportunas aos jogadores aos primeiros sinais de risco atuam como um poderoso elemento dissuasivo. Baseado na teoria da dissuasão, o princípio é simples: tornar os jogadores conscientes de suas ações em tempo real significa que estão recolhendo provas que serão utilizadas para justificar as sanções, caso continuem a acontecer. Isso reduz drasticamente as infrações dos termos, o que gera menos disputas, melhor sentimento de marca e melhores margens.
A equipe da Greco possui mais de uma década de experiência em combate a abusos e à fraude promocionais no setor dos jogos on-line. Atendemos a mais de 40 operadores, incluindo diversas das principais marcas do Brasil. Aproveitando essa experiência, a Greco foi pioneira no primeiro mecanismo de risco de jogos da indústria.
Essa inovação automatiza a análise de riscos, liberando as equipes para se concentrarem em tarefas voltadas para o crescimento. Ao operar em tempo real, a Grego dissuade a maioria das tentativas de abuso de bônus. Para aqueles que insistem na má conduta, a Greco oferece um seguimento de auditoria completo e afasta esses jogadores de saques instantâneos.
Acreditamos firmemente em preservar a experiência do usuário. É injusto que todos os jogadores sofram desconforto apenas pelo mau comportamento de alguns. Com a estratégia específica da Greco, os operadores podem contar com uma seleção de conteúdo mais atrativa, bônus aprimorados e processos de saque mais rápidos.
Preparo para enfrentar o abuso de bônus e garantir operações tranquilas? Conheça a equipe da Greco no SBC Summit Latinoamérica e descubra o futuro da gestão de riscos.