Localização é um dos maiores — e talvez mais debatidos — termos da indústria iGaming. Para alguns, localização significa apenas traduzir um determinado jogo para outro idioma ou adicionar um personagem estereotipado a um caça-níquel.
No entanto, à medida que a indústria global se torna cada vez mais fragmentada por conta das regulamentações locais, talvez nunca tenha sido tão importante pensar seriamente em como alcançar e engajar os jogadores em cada região. Estar presente em um mercado já não é o suficiente – operadoras e provedoras precisam conhecer e compreender profundamente o público-alvo.
Uma provedora que assumiu isso e tornou esse conceito uma parte central da estratégia de entrada no mercado é a Pascal Gaming.

Em conversa com o iGaming Expert, site-irmão do SBC Notícias Brasil, durante o SBC Summit Rio, Artur Manasaryan, diretor de Desenvolvimento de Negócios da empresa, afirmou que está observando o Brasil há mais de dois anos.
“Qualquer feira de negócios que você vá nessa indústria, não importa se é na Ásia, na Europa ou na América Latina, um dos maiores tópicos de conversa tem sido o Brasil. Não importa onde a operadora esteja baseada, ela está mirando no Brasil. É muito interessante e algo novo para nós”, destacou o diretor.
Atenta à crescente demanda do mercado brasileiro, a Pascal Gaming entendeu que a presença da marca no país seria inevitável assim que a operação fosse regulamentada. No entanto, em vez de simplesmente adaptar seus caça-níqueis com rótulos em português, a empresa optou por iniciar um processo profundo de pesquisa.
“É fundamental ter humildade para entender que precisamos aprender muito antes de entrar neste mercado. E foi exatamente isso que fizemos ao longo de dois anos”, explicou Manasaryan.
“Participamos de todas as feiras, não para fechar negócios, mas para entender as necessidades do mercado e absorver seu funcionamento. Esperamos ter conseguido isso”, disse o diretor.
Essa pesquisa refletiu diretamente no conteúdo da Pascal Gaming, que vem sendo cuidadosamente adaptado ao público brasileiro. Durante o evento da SBC no Rio de Janeiro, a empresa apresentou o novo jogo Bozo Brazileiro, inspirado em tradicionais jogos de dados de rua.
“É extremamente importante aprender, compreender e adquirir mais conhecimento sobre o que o mercado realmente precisa”, acrescentou Manasaryan.
O desenvolvimento de produtos é essencial para compreender o funcionamento interno de qualquer mercado, mas há outro aspecto igualmente crucial – a conformidade regulatória.
O marco regulatório federal do Brasil para jogos on-line, certamente, tem seus críticos, mas, após mais de cinco anos de discussões e de construção, provedoras e operadoras não estão dispostas a abrir mão da grande oportunidade que o país representa na América Latina.
Para a Pascal Gaming – e Manasaryan -, a experiência acumulada em outros mercados com regulamentações complexas, como o Reino Unido e a Suécia, foi fundamental para prepará-los para o sucesso no Brasil.
Manasaryan explicou: “Consigo imaginar que, para uma nova provedora de jogos, obter licença no Brasil deve ser um pesadelo, algo realmente trabalhoso, porque as exigências são muito rigorosas. Mas, para nós, foi muito mais fácil, já que operamos com outras licenças bastante exigentes. Ouvimos as regras aqui no Brasil e as seguimos à risca”.
“Temos o privilégio de já sermos licenciados em outras jurisdições, então, é mais fácil compreender e atender às exigências rígidas dos reguladores brasileiros. Caso contrário, eu realmente imagino que seria bem difícil”, completou o diretor.
Estar integrado ao grupo BetConstruct é um diferencial importante para garantir a conformidade regulatória, afirmou o diretor. Conforme explicou, fazer parte da BetConstruct oferece acesso a conhecimentos especializados e a recursos exclusivos, o que posiciona a empresa de forma estratégica para ingressar em novos mercados e manter-se em conformidade com as exigências locais.
Apesar das vantagens competitivas, o executivo Manasaryan reforçou a importância de manter uma postura humilde ao explorar novos territórios, destacando que esse princípio continua sendo um pilar essencial da atuação da empresa.
“Começamos sempre do zero, onde quer que vamos. Mesmo quando entramos em um novo país em uma região semelhante a outra, partimos do zero”, afirmou o diretor.
“Existem tantas pequenas – e importantes – diferenças que precisamos compreender e levar em consideração antes mesmo de começar a criar algo sob medida para um país”, destacou Manasaryan.
O Brasil desponta como um mercado prioritário para a Pascal Gaming em 2025 – e com razão, após anos de dedicação intensa a pesquisas e a alocação de recursos. Embora os primeiros sinais indiquem que os jogos da empresa têm tudo para conquistar o público local, Manasaryan destacou que o trabalho árduo está apenas começando.
“Precisamos continuar demonstrando respeito, manter a humildade e entender que, por melhor que sejamos em diferentes regiões, cada lugar é único – e é essencial levar em conta até os menores detalhes”, ressaltou o diretor.
Embora o Brasil seja o foco principal, a Pascal também possui operações em outros países da América Latina, como na Colômbia, no Peru e no México, entre outros mercados ao redor do mundo. Manasaryan afirmou que não é apenas a dedicação à P&D que a diferencia, mas a capacidade de entregar conteúdo também é um fator-chave para o sucesso regional da provedora.
Quando questionado sobre os planos da Pascal para 2025, o diretor disse: “Nosso objetivo de longo prazo, que nos diferencia da concorrência, é oferecer seis verticais de jogos com uma integração de sinal e um único contrato. Isso não é comum. A maioria das operadoras, normalmente, teria uma provedora de caça-níqueis, depois uma provedora de jogos de colisão e, por fim, uma provedora de esportes virtuais. Fazemos tudo isso e os mantemos otimizados para as estruturas regulatórias. Continuaremos fazendo isso em 2025”.