Restrição a operadores de apostas deve causar queda de 38% em patrocínios na Premier League

Imagem de equipe da Premier League para falar da restrição de patrocínios de apostas no espaço máster, que entra em vigor em 2025/2026
Crédito: Shutterstock

Nos últimos anos, a relação entre a Premier League (primeira divisão inglesa) e operadores de apostas tem gerado críticas, especialmente após o aumento no número de marcas voltadas para o mercado asiático, com poucos vínculos com o público do Reino Unido.

Visando combater isso, uma proibição voluntária de patrocínios de casas de apostas na parte frontal das camisas (conhecido também como espaço master) entra em vigor, marcando o fim de alguns dos principais acordos comerciais.

De acordo com o portal especializado The Sponsor, a proibição voluntária deve causar uma queda de até 38% nos valores pagos em patrocínio para os clubes da Premier League.

Clubes pequenos e médios serão afetados de maneira desproporcional por essa medida. De acordo com o site, Wolves, Nottingham Forest, Brentford e Aston Villa serão os mais afetados. Os clubes citados poderão sofrer perdas de até 52% nos valores recebidos.

Clubes buscam novas alternativas

O site-irmão Insider Sport conversou com Russell Yershon, diretor da Connecting Brands para entender como essas mudanças estão remodelando os patrocínios no futebol, e o que os operadores precisam fazer para se manterem visíveis.

Para Yershon, o caminho natural é a migração da marca para a manga das camisas dos clubes da Premier League: “Esse ativo comercial está disponível, e eu imagino que até metade dos clubes da Liga buscarão ter uma marca de apostas estampadas na manga”, completou.

O diretor também acredita que o espaço da camisa de treino também ganhará mais importância: “Acredito que mais operadores irão explorar esse espaço. Ele é altamente valioso, pois o treinador costuma usar esse uniforme frequentemente, principalmente em entrevistas e nos dias de jogo, gerando grande visibilidade. Além disso, os jogadores usam esse uniforme ao longo da semana, quando os clubes produzem bastante conteúdo para redes sociais — o que proporciona excelente exposição global à marca”.

Do ponto de vista de quantidade de marcas, Yershon acredita que pode haver um aumento, pois o custo de entrada será menor, tendo em vista que o espaço máster – o ativo mais valioso- não estará disponível.

Yershon também pontuou que, com as mudanças, ele acredita que haverá uma pressão maior sobre os operadores para explicar os valores pagos nos patrocínios: “Como especialista em ativação de parcerias entre casas de apostas e clubes, é essencial que o operador aproveite ao máximo todos os direitos contratados e os use para gerar o maior impacto possível à marca”.

“É fundamental trabalhar de forma próxima ao clube parceiro e explorar cada ativo para mostrar o valor do acordo. Com mais canais digitais disponíveis, o operador pode se engajar com esses meios e garantir o maior impacto em visibilidade e engajamento da marca”, finalizou o diretor da Connecting Brands.

Clubes se unem contra PL de Portinho que propõe restrição à publicidade de apostas

Mais de 50 clubes das Séries A, B, C e D do futebol brasileiro divulgaram no final de maio uma nota conjunta apontando os graves impactos econômicos e legais que podem decorrer da nova proposta apresentada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ) ao Projeto de Lei nº 2985/23.

A nota foi distribuída pelos clubes da Libra, como Flamengo, Palmeiras, São Paulo e Santos, mas conta também com assinatura de mais de 50 clubes de fora do grupo. De acordo com os clubes, o projeto apresentado “é uma proibição fantasiada de limitação”, e que, caso aprovado, levará ao “colapso financeiro de todo o ecossistema do esporte”.

Os clubes alegam que, caso o substantivo proposto entre em vigor, isso causará um prejuízo de cerca de R$ 1,6 bilhão ao ano ao segmento do esporte brasileiro. 

“A vedação à exposição de marcas de operadores em propriedades estáticas – placas – nas praças esportivas, contida na redação do Substitutivo, retira receitas fundamentais dos clubes”, diz parte da nota.