Na quinta-feira, 11, no Plenário do Senado, o senador Eduardo Girão (NOVO-CE) pronunciou-se, novamente, sobre o Projeto de Lei (PL) nº 2.234/2022, que regulamenta o funcionamento de cassinos e de bingos físicos no Brasil, incluindo o jogo do bicho e as apostas em corridas de cavalos.
Girão afirmou estar preocupado com a possível aprovação do PL, argumentando que os sites de apostas estão sendo utilizados pelo crime organizado para lavagem de dinheiro. O senador pediu aos colegas uma ampla discussão do tema, ressaltando, ainda, que a indústria lesa a classe mais baixa da sociedade.
Para Girão, a prática de apostas está gerando um endividamento em massa no país. O parlamentar apresentou dados de pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, que alega que 63% dos apostadores tiveram parte de sua renda comprometida, impedindo-os de comprar itens essenciais, incluindo alimentos e medicamentos, devido à realização de apostas.
Além disso, o senador afirmou que parte dos benefícios sociais é usada para realizar apostas: “Que se sensibilizem as lideranças desta Casa para que possamos levar o debate desse PL para outras comissões, para que possamos ouvir a sociedade nesse projeto, que vai gerar para as futuras gerações um problema gravíssimo […]. “O Brasil não precisa de nada disso para ser potência no mundo”.
“Muito pelo contrário, [o jogo] não gera renda, não gera emprego, não gera turismo. Mostramos isso na audiência pública que já tivemos na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] e no debate”, ressaltou Girão. O parlamentar sugeriu que o PL fosse enviado à Comissão de Segurança Pública (CSP) e à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
O senador criticou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse não ver motivos para não dar seguimento ao PL, se aprovado pelos parlamentares.
“A população não quer cassino, não quer bingo, porque sabe que você perde tudo. É uma arapuca, é uma armadilha. E vão lavar dinheiro de corrupção. Vão lavar dinheiro do crime. O Brasil já tem problemas demais”, ressaltou Girão.