SBC Summit Latinoamérica: tango regulatório nos mercados de jogos da região

SBC Summit Latinoamérica

Após o discurso do lendário ex-goleiro René Higuita na abertura do SBC Summit Latinoamérica 2024, a conferência de quarta-feira, dia 30 de outubro, continuou com o painel Tango Regulatorio: Navegando por el panorama del juego en América Latina, patrocinado pela Openbet e Clever Advertising, e que reuniu líderes dos mercados regionais, como a moderadora Cristina Romero, sócia da Loyra Abogados.

O painel também contou com a participação de Ramiro Atucha, CEO da Vibra Gaming; JD Duarte, CEO da Betcris; Gonzalo Pérez, CEO da Apuesta Total; e Joaquín Gago, CEO da Betandeal. Eles fizeram uma análise geral da situação regulatória nos mercados mais atraentes para a indústria de jogos on-line e apostas esportivas na América Latina.

Ao concordar que a melhor maneira de operar para todos os integrantes da indústria — clientes, operadores, fornecedores, afiliados e mais — é seguindo os protocolos regulatórios que permitam um desenvolvimento ordenado e seguro do entretenimento, Gago destacou a expectativa global em torno do lançamento oficial e completo do mercado brasileiro.

“A indústria é muito volátil, especialmente do lado dos afiliados, devido às mudanças nos comportamentos e consumos dos usuários, e, por isso, é necessário estar em constante evolução, analisando as tendências”, afirmou ele, enumerando mudanças observadas no Google, como as novas restrições e o crescente papel das redes sociais como canal de conexão com os clientes.

Retornando à mensagem final de Higuita sobre a importância de agir com amor, JD comentou que “embora soe romântico”, se fosse possível conectar-se genuína e diretamente com os reguladores — “como os bons exemplos da Colômbia e do Peru” — não seria necessário inventar nada novo, mas aplicar o que faz mais sentido para a sociedade e que tem demonstrado sucesso em outros territórios.

Assim, ele defendeu a “comunicação, camaradagem e um marco justo para todos”, com o objetivo de proteger todas as partes e evitar que a tendência de consumo se oriente mais para a utilização dos operadores não autorizados.

Em seguida, o CEO da Apuesta Total explicou o contexto em que o mercado peruano está vivendo, já que o país está passando pela sua primeira regulamentação revisada para jogos online e apostas esportivas. Embora tenha elogiado o bom trabalho do regulador ao definir normas e impostos iniciais, ele criticou o tributo seletivo ao consumo que foi recentemente adicionado e que pode acabar prejudicando a arrecadação total, pois os operadores podem optar por continuar ativos no mercado sem se regularizar nem contribuir de forma alguma.

“Faltou o amor, como disseram JD e Higuita, para que se compreenda o que está sendo feito. Estão empurrando os jogadores para os operadores ilegais, e isso é uma responsabilidade do governo”, observou Pérez.

Pelo lado do provedor, Atucha acrescentou que esses obstáculos já foram vistos na Europa e em outros mercados mais maduros, onde também foram aplicadas soluções e alternativas. “Há um problema de comunicação. Tenho dúvidas se os reguladores têm uma visão de longo prazo ou se pensam apenas no benefício para o governo em exercício”, refletiu ele.

Nesse sentido, comentou que a indústria de jogos é usada nos debates políticos com um estigma “muito marcante”, visando influenciar os eleitores, o que faz com que os reguladores tomem menos riscos ao implementar decisões que permitiriam o desenvolvimento do setor.

Ele destacou: “Todos os problemas atribuídos ao ‘jogo’ se referem às consequências do mercado não regulamentado. É importante ressaltar a quantidade de empregos que oferecemos e as contribuições econômicas e de segurança que estabelecemos.”

Todos os palestrantes concordaram com essa visão e mostraram interesse em obter dados oficiais dos governos sobre a ludopatia.

A moderadora afirmou que, caso esses estudos sejam realizados, também deve ficar clara a diferença entre o vício em apostas, o vício em videogames, o vício em internet e redes sociais, entre outros, já que, na Espanha, os estudos mais recentes abordaram todas essas áreas dentro do “jogo problemático”, promovendo ainda mais a má imagem do setor.

“A competição justa nos favorece, e para isso, deve haver comunicação direta com os reguladores, estabelecendo objetivos em comum e criando diretrizes que devemos seguir”, ressaltou Duarte, que propôs: “Este evento é muito importante e nos permite trocar ideias e trabalhar em conjunto, por isso convido todos a continuar conversando, negociando e compartilhando.”

Sobre o SBC Summit Latinoamérica

A partir de 2025, a SBC Events unificará o SBC Summit Latinoamérica e o SBC Summit North America para lançar uma versão ampliada e melhorada: o SBC Summit Americas. Esse novo evento será realizado entre os dias 13 e 15 de maio de 2025, em Fort Lauderdale, na Flórida.

Se você obteve seu ingresso para o evento, pode acessar toda a conferência e o painel Tango Regulatorio: Navegando por el panorama del juego en América Latina on demand através deste link.