Desde o começo da regulamentação de apostas no Brasil, em 1° de janeiro de 2025, o país já conta com 66 empresas e mais de 130 marcas autorizadas a atuar no país. Mas segundo Andre Gelfi, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), a quantidade de empresas atuantes no país deve cair pela metade.
“Na minha visão, o mercado brasileiro não comporta 66 operadores. Se 50% do mercado está nas mãos de três ou quatro empresas, os outros 50% precisam ser divididos entre 55. Isso dá menos de 1% de participação para cada uma. Não tem como sustentar uma operação assim”, afirmou Gelfi em entrevista à EXAME.
O sócio-diretor do grupo sueco Betsson no Brasil também acredita que o setor enfrentará um período de fusões e aquisições, além de um combate mais rigoroso às casas de apostas ilegais.
“O que vai acontecer é que as empresas menores e menos estruturadas serão alvo de fusões e aquisições. Isso é uma dinâmica natural de mercado competitivo. Em cinco anos, acredito que o número de operadores no Brasil será bem menor, talvez algo em torno de 30 empresas, o que ainda é bastante competitivo”, completou.
Apostas e Bolsa Família
Gelfi abordou também um dos assuntos mais discutidos no Brasil durante o segundo semestre de 2024: se beneficiários do Bolsa Família podem ou não apostar com o valor do benefício.
“Se o governo decidir proibir que usuários de programas sociais, como o Bolsa Família, apostem, implementaremos isso de forma imediata e com satisfação, porque isso equacionaria uma parte desse problema”, garantiu.
Sites ilegais
Ao ser questionado sobre um prazo para mitigar sites de casas de apostas ilegais no país, Gelfi afirmou que a expectativa “é que 70% desse problema seja resolvido em seis meses”.
“Depois, vai ficar aquele resto mais difícil. O mais escancarado, as empresas grandes não autorizadas, essas vão sair mais rápido. A questão vai ser a cauda longa, as empresas menores, que mudam de nome, que são mais difíceis de rastrear”, completou o diretor.