CFO da Vasco SAF reforça educação sobre manipulação de resultados para atletas

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O anúncio da investigação de manipulação de apostas do atleta Bruno Henrique, atacante do Flamengo e terceiro jogador da seleção investigado por manipulação, trouxe à tona o papel dos clubes de futebol na educação de jogadores para prevenção de conduta antidesportiva e manipulação. Raphael Vianna, CFO e diretor da Vasco SAF, classificou o problema como “muito grande para a credibilidade do esporte”.

Bruno Henrique não é o primeiro atleta a ser investigado. Lucas Paquetá, jogador da seleção brasileira que atua pelo West Ham (Inglaterra), também está sendo investigado e foi convocado para depor na CPI das Bets em dezembro.

Além dele, Luiz Henrique, também da seleção e atacante do Botafogo, está sendo investigado por manipulação. Caso que envolve, inclusive, a família de Paquetá. O jogador pode ser ouvido pela CPI também a depender do que for auferido do depoimento de Paquetá.

Agora, com o camisa 27 do Flamengo sendo alvo das investigações, o questionamento que fica é o que os times estão fazendo para evitar que jogadores sejam pressionados ou deliberadamente escolham participar da manipulação de resultados.

Para Vianna, os atletas são afetados por um ecossistema que os rodeia e que pode vir a explorar suas vulnerabilidades. Ele reforçou o trabalho que é feito no Vasco para educar os jogadores, mas observou que este movimento pedagógico é limitado aos clubes de elite e que categorias mais baixas, como as Séries B e C – e os árbitros – não têm tanta estrutura para lidar com essa questão, deixando-os mais expostos a possíveis desdobramentos negativos. As afirmações do CFO foram feitas durante o 9º Seminário Caminhos Contra a Corrupção, promovido pelo Estadão e pelo Instituto Não Aceito Corrupção.

No caso da manipulação de resultados, a educação dos clubes para com os jogadores é uma das maneiras para mitigar o problema, especialmente quando apoiado por ferramentas de análise de jogo responsável e antifraude.  

Papel de entidades antifraude para impedir manipulação

No fim de outubro, o Ministério da Fazenda (MF) firmou um acordo voltado para integridade esportiva com a Associação Internacional de Integridade em Apostas (IBIA), associação que também foi contratada pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para monitorar movimentações suspeitas em partidas de futebol, e com a Sportradar, empresa de tecnologia de dados esportivos.

A IBIA monitora um volume de apostas superior a US$ 300 bilhões por ano em mais de 125 marcas de apostas esportivas globalmente. A entidade reportou 42 alertas de apostas suspeitas às autoridades no terceiro trimestre de 2024.

Segundo o estudo “A Disponibilidade de Produtos de Apostas Esportivas: Uma Análise Econômica e de Integridade”, publicado este ano, a nova regulamentação das apostas esportivas no Brasil deve gerar um faturamento de US$ 34 bilhões (aproximadamente R$ 195,8 bilhões) até 2028. Com esse crescimento, aumenta a responsabilidade de proteger clientes, o esporte e as operadoras de apostas contra a manipulação de resultados.

O relatório da IBIA que deu origem à operação que investiga o atacante do Flamengo apontou retornos totais de R$ 13,850 em apostas realizadas em três casas diferentes. Todas as apostas foram para que Bruno Henrique recebesse um cartão amarelo no duelo contra o Santos, válido pela 31ª rodada do Brasileirão de 2023. O relatório foi repassado para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em julho de 2024, cerca de nove meses após a realização do jogo citado.

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