Especialista em Jogo Responsável critica omissão do governo em políticas para combater ludopatia

Jogo

Na última sexta-feira, 27, o Aposta Legal divulgou artigo escrito por Rafael Ávila, psicólogo especializado em Jogo Responsável. Para o especialista, a desatenção do governo em relação às políticas para combater a ludopatia (vício em apostas) é preocupante. 

Diante da regulamentação do setor de apostas, que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2025, o mercado está vivenciando manifestações constantes de diversos agentes públicos, incluindo aqueles vinculados à Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), como Ministério do Turismo, Ministério do Esporte e, “principalmente”, o Ministério da Fazenda, destacou Ávila. 

“Para termos um mercado de sucesso, sustentável e com benefícios para a sociedade, é preciso reconhecer que, junto com o maior acesso às plataformas que oferecem jogos de azar, teremos também um aumento da dependência e da busca por tratamento especializado”, ressaltou o psicólogo.

Ávila afirmou que ainda falta a manifestação de uma área fundamental para a regulamentação das apostas: “Ainda não tivemos a manifestação e as expectativas de uma área muito importante quando se fala em um mercado regulamentado de jogos de azar – o Ministério da Saúde e as políticas públicas de saúde mental, que estão previstas para proteger os usuários que possam desenvolver o Transtorno do Jogo [jogo patológico] e aumentar a demanda por serviços do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)”. 

Para o psicólogo, parece que o Governo e o Ministério da Saúde não estão compreendendo qual é o cenário atual do país, em que há procura por tratamentos de dependência no jogo e por auxílios da assistência social por parte de desempregados e de endividados que se envolveram com as apostas. 

Ávila disse, ainda, que é preciso oferecer treinamentos capacitantes, políticas públicas específicas, informativos sobre os sintomas a serem observados, tratamento, entre outras questões, para garantir um mercado de apostas seguro e saudável. 

“Uma regulamentação de sucesso depende de uma articulação bem-sucedida por parte da área da saúde pública”, concluiu o psicólogo.