CPI das Bets e CPI da Manipulação continuam seus trabalhos em 2025

Com o mercado de apostas regulamentado, o trabalho de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) continuará em 2025. A CPI das Bets e a CPI da Manipulação investigam o mercado de apostas esportivas, e seus relatores já deram atualizações sobre novas convocações, como William Rogatto e Thiago Chambó, e possíveis denúncias de ameaças direcionadas a parlamentares da CPI.

CPI da Manipulação

A CPI Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, que tem como presidente o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e o senador Romário (PL-RJ) como relator, tem autorização para funcionar até 15 de fevereiro.

Segundo Kajuru, dois empresários estão na lista para prestar depoimentos logo após o recesso parlamentar: William Rogatto, conhecido como “rei do rebaixamento”, e Thiago Chambó, ambos suspeitos de envolvimento em esquemas de manipulação de resultados.

William Rogatto foi preso pela Interpol em novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. De acordo com Kajuru, assim que Rogatto for extraditado para o Brasil, a CPI realizará uma sessão especial para ouvi-lo novamente. O senador destacou a importância do depoimento, uma vez que Rogatto prometeu entregar um computador com informações detalhadas sobre pessoas influentes envolvidas nos esquemas.

Já Thiago Chambó, empresário suspeito de participação em fraudes no setor de apostas esportivas, não compareceu à CPI no dia 10 de dezembro, o que levou Kajuru a pedir sua prisão. A ausência foi interpretada como uma tentativa de evitar prestar esclarecimentos sobre seu envolvimento nos esquemas investigados.

CPI das Bets

A CPI das Bets, que foi instalada em novembro de 2024, é presidida pelo senador Dr. Hiran (PP-RR) e tem a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) como relatora e tem prazo de funcionamento até 30 de abril. Em sua última reunião do ano passado, a comissão recebeu a superintendente de Fiscalização da Anatel, Gesilea Fonseca Teles, que sugeriu ampliar as competências da agência para efetivar o bloqueio de sites de apostas ilegais.

Apesar do recesso parlamentar, a senadora Soraya Thronicke garantiu que o trabalho da CPI não será interrompido: “Mesmo com as investidas contra a imagem do colegiado, vamos até o fim”, declarou. A senadora revelou ter sofrido ameaças e perseguições, atribuindo parte do peso dos ataques ao fato de ser mulher.

Soraya destacou que as investigações da CPI expuseram relações do setor de apostas com o crime organizado, incluindo lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Em 2025, a comissão planeja convocar influenciadores digitais que promovem jogos on-line, além de trabalhar na regulamentação mais rigorosa da atividade. Um dos projetos defendidos por Soraya (PL 3.757/2024) busca proibir apostas por beneficiários de programas sociais.

Com esforços concentrados em legislações mais rígidas e regulamentação acelerada, a CPI pretende apresentar um projeto de lei que poderá tramitar em regime especial no Congresso. “Nosso objetivo é minimizar os danos causados por essa atividade, que afeta diretamente a vida de milhares de brasileiros”, explicou Soraya.