Google realiza mudanças para acompanhar regulamentação das apostas no Brasil

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A partir de hoje, 30, o Google terá novas políticas de publicidade relacionadas aos sites de apostas. Segundo o que foi divulgado na sexta-feira, 27, o Google exigirá registros de operadoras no Ministério da Fazenda antes de aceitar a divulgação de anúncios da respectiva empresa.

As empresas que solicitaram autorização até o final deste mês, mas que ainda não atuavam no país, deverão esperar até janeiro de 2025, quando a regulamentação entrar em vigor, para começarem a operar, enquanto que as agregadoras de jogos on-line não poderão mais realizar anúncios no Brasil a partir de amanhã, 1º de outubro. 

A atualização das políticas de publicidade exige, a partir de agora, que as plataformas de apostas tenham certificação Google para continuarem divulgando produtos e serviços de apostas esportivas e de jogos on-line. 

Essas alterações do Google refletem as novas exigências regulatórias relacionadas ao mercado brasileiro de apostas on-line.

Regulamentação das apostas no Brasil enfrenta desafios 

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou providência de todos os ministérios envolvidos na regulamentação das apostas on-line, para “colocar ordem” no setor. 

O ministro afirmou que a regulamentação visa impedir a lavagem de dinheiro e o endividamento das famílias na indústria nacional de apostas.  

Para o Ministério da Fazenda, a suspensão das marcas de apostas que não possuem autorização para operar ajudará a separar as empresas sérias daquelas irresponsáveis.

Além disso, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, medidas serão apresentadas nesta semana para impedir o uso de fundos do Bolsa Família com apostas on-line, após recente pesquisa realizada pelo Banco Central do Brasil (BCB), indicando que beneficiários do programa do governo federal teriam destinado R$ 3 bilhões a casas de apostas on-line.

Para Eduardo Oinegue, jornalista e apresentador da TV Band, há incoerências nos dados citados no levantamento do BCB. Ao considerar que R$ 3 bilhões foram gastos por cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família, o gasto médio de cada pessoa para o mês de agosto seria de, aproximadamente, R$ 600.

“Você conhece alguém que gaste R$ 600 por mês em jogo? Eu não conheço, mas entre os beneficiários do Bolsa Família tem cinco milhões de pessoas fazendo isso. É o que diz o Banco Central”, disse o jornalista. 

Oinegue destacou, ainda, que o valor recebido por cada beneficiário é cerca de R$ 680. 

“Como é que uma pessoa que recebe um benefício de R$ 680, que conta com R$ 680, tem R$ 600 para gastar em jogo ou em qualquer coisa?”, questionou o jornalista.

Oinegue afirmou: “De duas, uma: ou o Banco Central errou o dado ou temos um ralo no sistema de pagamentos de benefícios que favorece cinco milhões de pessoas que não estão falando a verdade sobre a renda delas”.

Para o jornalista, essas pessoas podem ter outras fontes de renda, são pessoas que trabalham, que recebem o Bolsa Família e gastam com apostas on-line.