Fã ou não dos jogos on-line, todo brasileiro já ouviu falar do ‘Jogo do Tigrinho’. O Fortune Tiger é um caça-níquel on-line que ganhou popularidade entre influenciadores digitais e jogadores amadores da indústria no Brasil.
Apesar de diversos comentários negativos na mídia brasileira, o título foi desenvolvido por uma provedora série e licenciada – a PG Soft – e não apresenta irregularidades.
Em outras palavras: não, o ‘Jogo do Tigrinho’ não é ilegal.
A verdade é que muitas plataformas que atuam no mercado paralelo usaram a popularidade do título para tirar vantagem de pessoas que não possuem amplo conhecimento do mercado.
Diante de diferentes acusações envolvendo o jogo da PG Soft, a BBC News Brasil foi atrás de informações e descobriu que não há nenhum envolvimento comprovado da provedora com as casas de apostas on-line ilegais.
O levantamento da BBC News indicou que tais plataformas promovem uma outra versão do Fortune Tiger. A própria provedora divulgou em um comunicado para ter cuidado com jogos não legítimos: “Não deixe que jogos falsificados estraguem sua diversão”.
O que são caça-níqueis on-line
Os caça-níqueis teriam surgido em 1895, quando Charles Fey teria criado a primeira máquina denominada Liberty Bell. Fey, mecânico de automóveis de São Francisco, projetou o caça-níquel com três rolos giratórios com diferentes símbolos. O maior pagamento era concedido ao combinar três imagens do Sino da Liberdade (Liberty Bell) estadunidense – o equivalente a 50 centavos ou a 10 níqueis.
Essa é a mesma ideia utilizada nos caça-níqueis on-line. A diferença é que o mundo virtual permite uma infinidade de modelos e de linhas de pagamentos, extrapolando os limites iniciais dessas máquinas criadas.
Atualmente, é possível encontrar versões de caça-níqueis com três rolos, inspiradas nos tradicionais, ou com mais – quatro, cinco, seis rolos, por exemplo. As linhas de pagamentos podem variar entre 1, 10, 20 e 30 até mais de 200 possibilidades de ganhar.
Além disso, é muito comum ver caça-níqueis on-line oferecendo rodadas extras grátis como forma de bônus, símbolos multiplicadores de prêmios e outros recursos para elevar a experiência dos jogadores na plataforma.
Legitimidade dos jogos de cassino on-line
Para saber se o jogo é legítimo ou não, basta atentar-se a alguns quesitos fundamentais. Isso serve tanto para caça-níqueis quanto para os demais tipos de jogos disponíveis nos cassinos on-line – e não apenas para os jogos da PG Soft, mas de todas as provedoras legais existentes.
Os jogos verdadeiros são criados por provedoras licenciadas e que, normalmente, já possuem certa relevância na indústria global.
Por exemplo, a PG Soft foi fundada em 2015 e está sediada em Valletta, a capital de Malta. A provedora é licenciada pela Malta Gaming Authority (MGA) e pela UK Gambling Commission (UKGC), os principais órgãos reguladores mundiais da indústria de apostas, e pelo governo de Gibraltar.
A PG Soft também possui certificações da BMM Testlabs e da Gaming Associates (GA), garantindo a legitimidade dos produtos oferecidos pela marca.
Fatores como esses citados acima garantem se a provedora está em conformidade com as leis que envolvem os jogos on-line e indicam a credibilidade e a legitimidade da marca.
Fortune Tiger: especialistas da indústria comentam jogo da PG Soft
O Fortune Tiger é um tema que está sendo bastante discutido nos últimos meses. Especialistas do setor comentaram sobre o título, a fim de informar aos jogadores amadores o real problema envolvendo o título.
O título, por ser um caça-níquel on-line, entra na modalidade de jogos de azar – ou seja, requer sorte para ganhar e não habilidades específicas -, os quais estão incluídos na Lei das Apostas, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado.
Para Rafael Ávila, psicólogo especializado em Jogo Responsável, o Fortune Tiger “é apenas mais um jogo de slot on-line” e, assim como ele, há diversos outros jogos semelhantes disponíveis nas mesmas plataformas.
Há dois potenciais problemas envolvendo o Fortune Tiger. Um deles está relacionado em como a informação é passada aos jogadores – aspecto abordado na Portaria SPA/MF nº 1.231/24 -, e outro possui ligação com a plataforma que está oferecendo o jogo.
As empresas de apostas não podem realizar propagandas em que prometem ganhos fáceis e rápidos ou que dão a ideia de algo certo. É necessário informar claramente ao jogador os riscos de apostar on-line, seja em eventos esportivos, seja em jogos de cassino, e que não há garantias para vitórias.
Isadora Marcante, ex-jornalista sênior do SBC Notícias Brasil e atual gerente de Relacionamentos para o Brasil da SBC, comentou: “O problema não é o ‘Fortune Tiger’ nem qualquer outro jogo de cassino desenvolvido por um provedor renomado, licenciado e certificado. O problema é a plataforma que se acessa. Influenciadores que divulgam plataformas ilegais e que utilizam sites de apostas e de cassinos legítimos para respaldar a propaganda enganosa que fazem devem ser punidos. A indústria, não”.
E afirmou: “Se as ‘fake news’ eram atribuídas, erroneamente, apenas a agentes de informação desconhecidos, hoje vemos grandes emissoras e portais disseminando boatos e inverdades. Vemos, inclusive, influenciadores bem-posicionados criticando algo que não conhecem – e que não entendem, minimamente, como o setor funciona no Brasil e em outros países”.
Além disso, como já comentado, é preciso ter cuidado com as plataformas ilegais e os jogos falsificados. Esse tipo de aposta não oferece nenhuma proteção ao usuário.
SBC Summit Rio 2025 e a regulamentação das apostas no Brasil
A regulamentação das apostas e dos jogos on-line no Brasil é um dos tópicos que será abordado no SBC Summit Rio 2025. O evento acontecerá entre os dias 25 e 27 de fevereiro, no Riocentro, no Rio de Janeiro.
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