O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicou a senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar práticas ilícitas no setor de apostas, a CPI das Bets, sua intenção de encurtar os trabalhos do colegiado, originalmente previstos para encerrar em abril de 2025. A iniciativa surge em meio a rumores de que empresários do setor de apostas esportivas estariam sendo alvo de extorsões envolvendo supostos intermediários com influência na comissão.
Embora não tenha poderes regimentais para dissolver uma CPI, Pacheco pode articular estratégias para esvaziar a comissão, como orientar senadores a boicotarem sessões. Na semana passada, o tema ganhou força após o senador Ciro Nogueira (PP-PI) relatar ao presidente suspeitas de que um lobista de Brasília estaria extorquindo empresários, alegando atuar em conluio com membros da CPI.
Segundo Nogueira, o lobista Silvio de Assis teria solicitado R$ 40 milhões a um empresário para evitar sua convocação a depor no colegiado. O senador também destacou que o nome do lobista estaria ligado à relatora da CPI, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), com quem ele teria uma relação próxima.
Soraya negou as acusações, admitindo que conhece Silvio de Assis, mas rejeitou qualquer vínculo de amizade ou envolvimento em atos ilícitos. “Isso é difamação, é calúnia”, declarou a parlamentar, em defesa de sua conduta.
A CPI foi criada para apurar denúncias de práticas ilícitas no setor de apostas esportivas, incluindo manipulação de resultados e lavagem de dinheiro. A articulação de Pacheco para encerrar o colegiado antes do prazo reforça o desgaste político em torno da comissão e levanta questionamentos sobre sua credibilidade.
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