O Brasil é o mercado que está na boca de todos na indústria de jogos e apostas on-line. Porém, com o governo fazendo mudanças de última hora em suas estruturas regulatórias, o Affiliate Leaders, da SBC, analisa o quão desafiador será para os afiliados que planejam expandir suas operações no país.
A expectativa em torno do mercado de jogos e apostas no Brasil continua crescendo à medida que nos aproximamos do lançamento programado para 1º de janeiro de 2025. Marcas de todo o mundo estão de olho nas novas oportunidades no Brasil, mas com mais de 180 empresas já solicitando licenças, a concorrência promete ser acirrada.
Tradicionalmente, operadores costumam investir em branding, marketing ou promoções como formas de aumentar a visibilidade e conquistar clientes em novos mercados. No entanto, com o anúncio do governo brasileiro sobre a proibição da publicidade de bônus e de ofertas de cadastro, os operadores podem ser obrigados a repensar suas estratégias.
Esse novo anúncio representa uma mudança decisiva na supervisão regulatória no Brasil, adicionando uma nova camada de complexidade para aqueles que desejam ingressar nesse mercado sul-americano. Ainda assim, não é um obstáculo intransponível para a expansão.
Um cenário em transformação
Os bônus de apostas há muito tempo são uma peça-chave nas campanhas de afiliados, impulsionando tráfego e conversões. Para muitos, esses bônus são ferramentas eficazes para engajar novos públicos, reativar jogadores inativos e incentivar a fidelidade à marca.
Com os bônus fora de jogo, os afiliados precisam repensar como atrair jogadores e gerar valor para os operadores no Brasil.
Esta não é a primeira revisão que o governo brasileiro realiza no marco regulatório de jogos. Nos últimos meses, o governo e suas agências têm ajustado as regulamentações propostas, com a proteção ao jogador sendo um fator determinante nas mudanças.
Mais recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, manteve a medida emergencial do ministro Luiz Fux, que proíbe anúncios voltados a menores de idade, bem como apostas realizadas com recursos de programas sociais.
Nessa mesma linha, a mais recente diretiva da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) para proibir bônus de apostas visa proteger grupos vulneráveis – especialmente menores de idade e pessoas suscetíveis ao jogo problemático.
A Senacon declarou que marcas que não cumprirem a nova regra de proibição de bônus de marketing enfrentarão uma multa diária de R$ 50 mil – um valor que pode impactar significativamente os orçamentos de marketing em poucos dias.
Enfrentando os desafios
Para os afiliados, a questão imediata será como adaptar as estratégias de marketing para se manterem em conformidade. Afinal, o objetivo será equilibrar responsabilidade e crescimento sustentável.
Uma das prioridades para operadores e afiliados será monitorar de perto as atualizações regulatórias. Se os últimos meses servem de exemplo, as regras podem mudar rapidamente.
Com o mercado brasileiro projetado para se tornar uma das jurisdições de jogos mais competitivas do mundo, é mais crucial do que nunca que todas as marcas priorizem a conformidade.
Afiliados também podem considerar direcionar seus esforços de marketing para promover o jogo responsável, demonstrando valor aos jogadores e ajudando a criar um ambiente de apostas mais seguro. Isso pode incluir a promoção de ferramentas que limitam os gastos ou o destaque para operadores que oferecem recursos de jogo responsável.
Brasil – ainda uma terra de oportunidades?
A proibição de bônus de marketing pode parecer um obstáculo adicional para os afiliados. No entanto, isso não significa que o mercado brasileiro deve ser ignorado.
Apesar das novas restrições, o mercado brasileiro continua sendo um terreno potencialmente fértil para afiliados. Com uma população de mais de 200 milhões de pessoas e uma paixão natural por esportes e cassinos, o país ainda oferece amplas oportunidades para engajar apostadores.
Estratégias como SEO, conteúdo educativo, análises de produtos, guias, parcerias com influenciadores e análises pós-jogo envolventes ainda podem ser ferramentas eficazes para afiliados deixarem sua marca no Brasil. Essas mudanças, inclusive, podem estimular maior criatividade.
E agora?
Embora o ambiente regulatório no Brasil esteja se tornando mais rígido, ainda há muitas oportunidades para crescimento. O foco agora se volta para evitar os erros cometidos em mercados mais maduros e criar um ecossistema sustentável e centrado no jogador, que resista ao teste do tempo.
Em essência, a inovação será o novo campo de batalha para os afiliados. Aqueles que conseguirem se adaptar rapidamente às mudanças regulatórias e estiverem dispostos a evoluir junto com as demandas do mercado terão uma vantagem competitiva.
Ao priorizar conformidade, personalização e jogo responsável, os afiliados não só podem superar esses desafios, como também prosperar em um dos mercados de jogos e apostas mais promissores no horizonte.
