A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, criada no início deste mês para investigar o impacto das apostas no orçamento de famílias brasileiras, estava prevista para ser instalada hoje, 25.
O motivo do adiamento foi a ausência do senador Otto Alencar (PSD-BA), que, por senioridade, presidiria a sessão para instalar a CPI – que, até o momento, está sem nova data definida.
CPI das Bets
O requerimento de criação da CPI (RQS 680/2024), da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), teve o apoio de 30 senadores.
Possivelmente, os senadores Dr. Hiran (PP-RR) e Eduardo Gomes (PL-TO) assumirão os cargos de presidente e de vice-presidente, respectivamente. A relatoria deve ficar a cargo de Thronicke.
A CPI das Bets terá 130 dias para concluir os trabalhos e possui limite de despesas de R$ 110 mil.
Segundo o requerimento, a nova CPI também irá investigar possíveis associações de empresas de apostas on-line com organizações criminosas, que estão envolvidas em práticas de lavagem de dinheiro e na divulgação de apostas por meio de influenciadores digitais.
Thronicke também destacou que a CPI visa analisar a prática de evasão de divisas e a influência de personalidades brasileiras no funcionamento dos programas de apostas. Além disso, a senadora levantou a questão da ludopatia (vício em jogos), que pode ser silenciosa – diferentemente do vício em álcool ou em drogas ilícitas.
Suspeita-se que softwares sejam programados para gerar prejuízo entre apostadores, garantindo margem de lucro exagerada às plataformas.
Por fim, a CPI das Bets deve investigar, ainda, como são celebrados os contratos de patrocínio entre clubes de futebol e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para, também, verificar a origem do dinheiro.
CPI da Manipulação de Jogos e Apostas
A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas foi a primeira criada para investigar possíveis fraudes envolvendo o mercado de apostas. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) foi o presidente do colegiado e teve o senador Romário (PL-RJ) como relator.
Apesar de ter sido instalada em abril, a CPI da Manipulação de Resultados teve o prazo de atuação prorrogado até fevereiro de 2025. O objetivo é investigar atos relacionados às denúncias e às suspeitas de manipulação de resultados no futebol brasileiro, envolvendo jogadores, dirigentes e empresas de apostas.
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